O Akratitos, de Atenas, vai ser sujeito a uma investigação das autoridades gregas, na sequência da confirmação por parte da Agência de Inspecção Alimentar da Grécia de que uma garrafa dada entregue à equipa do Iraklis, adversária do Akratitos, tinha sido «tratada» com a injecção de um potente calmante denominado haloperidol.
A «bronca» surgiu na sequência de uma denúncia do Iraklis, que perdeu o jogo em causa por 1-0, e que entregou às autoridades uma garrafa fechada, que uma investigação apurou ter sido violada por uma agulha hipodérmica. O facto de a denúncia ter surgido depois de elementos de outras equipas se terem queixado de factos estranhos faz incidir as suspeitas sobre responsáveis do Akratitos: a 20 de Março, o treinador do Kalithea foi internado com uma inesperada perda de consciência logo após o final do jogo entre as duas equipas. A 17 de Abril, um jogador do Ionikos foi também hospitalizado depois de um desmaio não explicado, no final do jogo no terreno do Akratitos.
Desta vez, os exames confirmaram a presença de haloperidol na garrafa analisada. Segundo um comunicado da Agência de Inspecção Alimentar, trata-se de «uma poderosa substância química usada na medicina e que é considerada um calmante potente, utilizado nos casos mais graves de psicose». Face ao sucedido, a agência encaminhou o seu relatório para o Ministério Público, que vai agora decidir se há, ou não substância para apontar acusados.
O Akratitos já reagiu à notícia, afirmando nada temer: «Queremos esclarecer este caso tanto quanto nos for possível fazer», podia ler-se num comunicado divulgado pelo clube. Já a União de Jogadores Profissionais classificou o sucedido como «o mais grave incidente na história do futebol profissional grego. É revoltante que a saúde de jogadores possa ser posta em risco com o uso de drogas proibidas e periogosas».
O incidente tem ainda mais impacto por surgir a dois meses do início dos Jogos Olímpicos de Atenas, mas o ministro dos Desportos, reconhecendo, embora, que o caso «mancha a reputação do desporto grego», garantiu que tudo será feito para identificar e punir os responsáveis, procurando tranquilizar os participantes nos Jogos.