O F.C. Porto já está no Jamor, apesar de ter perdido com o E. Amadora (2-1) na segunda mão da meia-final. Assente na vitória da primeira mão (2-0), o «dragão» segue na rota para a dobradinha, está na final da Taça de Portugal pela segunda época consecutiva, num ano em que Jesualdo Ferreira caminha para ficar de vez na história do clube. Mas isso é futuro. O presente, leia-se este jogo, não convida a grandes elogios aos tricampeões nacionais, líderes da Liga e agora finalistas da Taça. Fica, sim, a imagem de uma equipa do E. Amadora que vive uma situação surreal, mas insiste em fazer-se respeitar pelo seu carácter.
Jesualdo Ferreira mudou sete jogadores em relação ao «onze» que venceu a Académica no último fim-de-semana. Sobraram Sapunaru, Rolando, Lisandro e Hulk, de resto o treinador deu oportunidade a outros jogadores, incluindo Fucile, de regresso após longa ausência.
A segunda linha portista, uma vez mais, não marcou pontos. Também não ajudou a lesão de Hulk, aos dez minutos de jogo (substituído por Tarik). O resto fez um E. Amadora de muita alma e as culpas próprias portistas, do desacerto na defesa à pouca lucidez no meio-campo.
No E. Amadora, Lázaro também fez várias alterações no «onze» inicial. A aposta inicial não viria a revelar-se muito eficaz, mas o treinador cedo percebeu as limitações do seu esquema ofensivo, acabando por fazer entrar Rui Varela para o centro do ataque, reajustando a posição de Silvestre Varela e Anselmo.
O F.C. Porto trazia a vantagem de dois golos da primeira mão (2-0, sim foi há muito tempo, mas isto era a segunda parte de uma história que tinha começado há precisamente um mês, a 22 de Março, quando Lucho e Raul Meireles tinham feito os golos que colocavam o F.C. Porto na frente à partida para esta noite na Reboleira). E cedo reforçou o estatuto de favorito.
Logo aos quatro minutos, Lisandro antecipa-se à defesa do E. Amadora, após um passe longo de Guarín, e dá para Farías marcar e se confirmar como o goleador de serviço dos «dragões» na Taça: já leva quatro golos esta temporada.
Parecia o assunto arrumado, foi essa a impressão que ficou e se foi acentuando nos minutos seguintes. Jogo morno, sem grandes oportunidades ou grande intensidade. Pelo meio o F.C. Porto viu sair Hulk de maca e afunilar-se a qualidade do seu jogo.
Mas as coisas começaram mesmo a mudar perto da meia hora. Lázaro fez entrar Rui Varela, saindo Vítor Vinha, que tinha sido a sua aposta para o lado esquerdo. Melhorou o Estrela e melhorou o jogo.
E aconteceu o primeiro golo do E. Amadora, aos 34m. Uma combinação de Varelas, com Silvestre a cruzar, para Rui saltar mais alto que Guarín e empatar o jogo. O Estrela carregava e apenas dois minutos depois Anselmo falhou nova grande oportunidade, sem conseguir encostar com a bola sobre a linha.
Mas havia de aparecer o segundo golo do E. Amadora, aos 41m, agora num cruzamento de Rui Varela, para Anselmo marcar.
Ainda antes do intervalo o F.C. Porto voltou a estar muito perto do golo, com Nuno André Coelho a salvar sobre a linha depois de um remate de Lisandro, mas a primeira parte acabava com ascendente do Estrela.
A segunda parte não mudou muito o tom, ainda que menos intensa do que aqueles 15 minutos. O Estrela tentou, o F.C. Porto não voltou a mandar no jogo, sem margem para dúvidas. Pelo meio, alguns lances polémicos e um bom remate para um jogo em que o E. Amadora conseguiu alimentar a ilusão: um grande tiro de Ney Santos, para uma bela defesa de Nuno.