Um Sp. Braga inferiorizado pelas muitas ausências não foi além de um empate sem golos na Reboleira diante do E. Amadora, deixando o F.C. Porto destacado no topo da classificação. A equipa de Jesualdo Ferreira pode orgulhar-se de ser a única na Europa que ainda não viu a bola entrar na sua baliza, mas, por outro lado, também é verdade que os minhotos não festejam um golo há três jogos. Esta tarde, a equipa da Amadora até esteve mais perto de marcar, com um endiabrado Manu que só não conseguiu ultrapassar a consistente defesa minhota, o único sector em que Jesualdo não teve que mexer.
Como se esperava, os bracarenses procuraram desde o primeiro minuto assumir o controlo do jogo, com Sidney, Hugo Leal e Madrid a mandarem no centro do terreno, bem apoiados pelos laterais, e um ataque remodelado com Filipe e Jaime nas alas e Maxi Bevakcwa ao centro. Do outro lado, Tony artilhou a sua equipa para o contra-ataque, com Manu e Semedo no gatilho das alas e Rui Borges a entrar pelo centro. A subida de Jorge Luíz no apoio ao ataque do Braga, deixou uma porta aberta para Manu experimentar a sua velocidade e, em duas oportunidades, o avançado entrou de rompante na área de Paulo Jorge, colocando os minhotos em sentido.
O Braga só conseguiu criar oportunidades em situações de bola parada, enquanto o Estrela, de tempos a tempos, disparava mais um contra-ataque, com Manu bem mais em jogo do que Semedo, melhor controlado por Abel. O Estrela chegava com facilidade à linha de fundo, mas os cruzamentos davam quase sempre em nada porque o único jogador que acompanhava o ataque pelo corredor central era o pequeno Rui Borges que, apesar de esforçado, nunca conseguiu ganhar uma bola entre Nunes e Nem. Uma situação que se tornou demasiado evidente e que Tony só corrigiu vinte minutos depois, com a entrada de Anselmo para o ataque, fazendo recuar Rui Borges que passou a jogar em linha com Semedo e Manu.
Foi o melhor período do Estrela que esteve muito perto de conseguir o golo. Primeiro em mais uma arrancada de Manu que, destacado diante de Paulo Santos, não conseguiu melhor do que acertar nas redes laterais. Depois numa fortíssima cabeçada de Maurício que Paulo Santos defendeu «in-extremis» em cima da linha fatal. No lado do Braga, Filipe e Jaime estavam claramente sem ritmo e raramente conseguiram oferecer velocidade ao ataque minhoto, sempre demasiado previsível e fácil de contrariar. Uma situação que Jesualdo também foi obrigado a corrigir ao intervalo, com as entradas de Luís Filipe e Rossato.
No segundo tempo o Braga foi crescendo na mesma medida em que o Estrela ia quebrando em termos físicos. Aquelas correrias no primeiro tempo tiveram custos no segundo, e Manu não conseguiu melhor do que arrancar amarelos aos adversários. Os minhotos, com mais espaço e com menos pressão, continuaram no entanto a sentir dificuldades em fazer chegar a bola à área de Bruno Vale. Jesualdo fez ainda entrar Davide para jogar ao lado de Bevakcwa, mas nessa altura o Estrela já estava mais determinado em não perder do que em ganhar. O jogo tornou-se pobre e desinteressante.
O único ponto de satisfação para o Braga é que segue sem sofrer golos, caso único na Europa. O Estrela perdeu dois pontos no primeiro tempo, mas também só lutou por um no segundo.