1. Imparáveis depois do acerto: depois de uma primeira volta desastrosa, com uma defesa muito permeável (23 golos) que quase comprometeu as aspirações do clube, o Sporting conseguiu afinar o seu sector mais recuado ao ponto de poder apresentar o melhor registo defensivo, a par do Belenenses, na segunda volta, com apenas oito golos consentidos. Beto e Polga, os dois centrais mais utilizados por José Peseiro, não são obviamente alheios a estes resultados. Sempre que constituíram dupla na segunda parte do campeonato, o Sporting nunca perdeu um jogo e consentiu apenas um empate (Sporting-Académica, 0-0). Mais: sempre que jogaram juntos na segunda volta (5 jogos), o Sporting marcou onze golos e não sofreu nenhum. Mais palavras para quê?
2. Experiência acumulada: Anderson Polga entrou para a história do futebol português assim que assinou pelo Sporting. É, até hoje, o único campeão do Mundo a chegar ao campeonato português com esse estatuto em vigor. Foi um dos eleitos de Luiz Felipe Scolari na conquista do Mundial-2002 na Coreia do Sul e Japão, somando, até ao momento, 12 jogos e três golos com a camisola do escrete. O mesmo treinador, agora ao serviço de Portugal, também chamou Beto para a fase final do Euro-2004. O central leonino, apesar de nunca ter conquistado o seu lugar na selecção, soube fazer valer a sua polivalência para somar trinta jogos e dois golos com a camisola das quinas e está a um curto passo de integrar a selecta lista dos cinquenta portugueses mais internacionais de todos os tempos. Beto destaca-se ainda como um dos centrais mais experientes da Superliga, com um total de 250 jogos, completados no último jogo com o V. Guimarães, desde a sua estreia no escalão principal, quase há uma década, com a camisola do Campomaiorense.
3. Boa técnica: não são centrais porque simplesmente são altos e fortes. Qualquer um dos dois destaca-se pela boa técnica com os pés. É uma imagem de marca de Polga ganhar um lance e sair a jogar com a bola controlada, fazendo ele próprio a transposição da defesa para o ataque, acabando, muitas vezes, por integrar mesmo o ataque da sua equipa, principalmente nos lances de bola parada. Beto destaca-se, sobretudo, pela sua polivalência que lhe permitem não só actuar como central, mas também como lateral direito ou «trinco». O central português também sobe à área adversária com frequência e, esta época, já conta com três golos marcados, a sua melhor marca de sempre.