1. Experiência e oportunidade. As imagens do momento da lesão de Anderson passaram repetidamente nas televisões. Comentou-se e voltou-se a comentar, criticando ou defendendo Katsouranis. O grego nunca foi, desde que chegou a Portugal, um jogador desleal, e nesse momento foi igual ao que tinha sido e continuou a ser. Por ser um jovem com muito talento, pela importância que estava a assumir na equipa e pelo tempo de paragem, os portistas não podiam deixar passar a jogada em claro. Mas injustamente. Fundamental na estrutura encarnada, sempre com discernimento acima da média, Katsouranis provou sobretudo na primeira parte da época por que foi o maior investimento do clube esta temporada. À categoria, o médio junta a experiência dos anos de carreira que já tem e do facto de já ter estado em algumas das partidas que muitos sonham jogar. O reencontro com Anderson pode também servir de prova de que a lesão do brasileiro, naquele momento, não passou de mera coincidência.
2. A força do losango. O Benfica vai querer ter a bola e assumir, em teoria, a maior parte das despesas do ataque. Isso significará uma maior pressão sobre o adversário e um pouco menos de tempo para pensar. O F.C. Porto também é uma equipa de ataque continuado, que não gosta de correr sem a bola, mas sim com ela. Por isso, quem a tiver por mais tempo - e realmente souber o que fazer dela - terá mais possibilidades de ganhar. Na Luz, e perante a grande oportunidade da época para os encarnados, Anderson terá de enfrentar a pressão do losango dos visitados e, em teoria, uma vontade enorme contrária em chegar ao golo. Para quem não tem o ritmo ideal, mesmo tratando-se de um fora-de-série, encontrar os tempos certos para fugir à marcação pode ser um drama. Katsouranis tem, por seu turno, o jogo ideal para se destacar. Com o apoio incondicional de quase todo o estádio, saberá quase sempre o que fazer.
3. Momento. Ambos não atravessam uma fase linear na época. Anderson está parado há meses, Katsouranis quebrou uma série de jogos consecutivos com uma indisposição e um castigo. Mesmo assim, parece ser mais fácil para o grego regressar à equipa e ter uma missão importante, do que para o brasileiro, apesar do seu indiscutível talento. A forma do campeão europeu de 2004 não está no limite máximo, mas, mesmo assim, garante com a sua presença uma maior continuidade na posse de bola e um poderio inegável nas bolas paradas e nos tiros de meia distância. Anderson, nesta altura, é um grande ponto de interrogação.