* com Bruno José Ferreira

«Todos sabemos como o FC Porto trata os jovens saídos da formação».

A frase é de Vieirinha e espelha a frustração de quem esteve ligado seis anos ao clube e só conseguiu ter 11 presenças oficiais na equipa principal. Todas na temporada 2006/07, sob os bons augúrios de Jesualdo Ferreira.

Formado no Vitória Guimarães, Vieirinha chegou com 17 anos aos dragões. Passou pelos juniores, chegou à equipa B e saltou para os palcos maiores aos 20 anos.

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Prometia ser uma aposta séria, mas uma má exibição na derrota contra o Estrela Amadora (0-1, 68 minutos em campo) afastou-o de vez das opções do treinador do FC Porto. No ano seguinte esteve cedido ao Leixões e daí saltou para o PAOK.

«No final desse primeiro ano, o FC Porto aceitou a oferta dos gregos e vendeu-me. Mágoa? Não, apenas uma grande tristeza pela forma fria como saí. Gostaria de ter jogado mais, mas as coisas aconteceram assim. Passei grandes momentos no Porto, adoro o clube», sublinha Vieirinha, em entrevista ao Maisfutebol.

«Se não me tivesses vendido, se calhar não tinha chegado onde cheguei. Ou então ainda lá estava. Não vale a pena lamentar estas coisas».



E nestes seis anos que leva a jogar no estrangeiro [Grécia e Alemanha] nunca houve possibilidades de voltar a um grande clube de Portugal?

«Nunca. Nunca nenhum clube me quis. Pelo menos que eu saiba (risos). Estou muito bem onde estou, a liga alemã é a melhor do mundo, ou das melhores, e só uma grande proposta me tiraria do Wolfsburgo».

Em Wolfsburgo, Vieirinha vive rodeado pelo império da Volkswagen. Além de acionista e patrocinadora do clube da cidade, a marca automóvel emprega «uma parte significativa» dos 120 mil habitantes.

«É um sítio pequeno, não é o mais belo do mundo (risos). Mas perto temos Berlim, Hamburgo e Hannover».

Vieirinha coloca a Bundesliga «pelo menos ao lado da Premier League» e confessa ser um admirador da forma como os alemães vivem o desporto e o futebol em particular.

«As pessoas de Wolfsburgo, por exemplo, passam 15 dias à espera do nosso jogo em casa. Uma percentagem grande da cidade vai ao estádio. E é um convívio fantástico. Há famílias, espetáculo, comida, é tudo muito pacífico. O clube, sem ser dos maiores, tem uma excelente tradição e foi há poucos anos campeão da Alemanha [2008-2009]».

Perante isto, não há quem tire Vieirinha de Wolfsburgo.