Rafael Bracali parte para a décima temporada em Portugal, a segunda ao serviço do Arouca, clube que o acolheu na época passada após deixar o Panetolikos da Grécia, onde esteve dois anos.
O guarda-redes está satisfeito no emblema arouquense e é lá que quer seguir, apesar de continuar a manter, aos 35 anos, a ambição de regressar a um dos grandes do futebol português, depois da experiência falhada no FC Porto em 2011/2012.
Em entrevista ao Maisfutebol, o brasileiro falou da última época a nível individual e mostrou-se satisfeito por ter estado em destaque num campeonato que conta com Iker Casillas e Júlio César.
Esteve em destaque no último campeonato e há quem opine que foi dos melhores guarda-redes da época. Que significado tem isso para si?
Deixa-me contente. Regressei a Portugal com 34 anos, mostrei que a idade não atrapalhou e que estava de volta. Num campeonato que tem dois dos melhores guarda-redes do mundo nas últimas duas épocas, ser considerado dos melhores significa muito. Jogar contra essas duas figuras e ter a possibilidade de ser dos melhores abrilhanta ainda mais a minha época.
Como explica que a temporada do Casillas não tenha sido boa?
Não considero que tenha sido um desastre, o FC Porto em si é que não acompanhou. Não foi o FC Porto que costuma ser. Começou bem, mas depois foi instável e não por culpa do guarda-redes.
Já no Benfica, na sombra de Júlio César, apareceu Ederson…
Ederson é um jovem, mas tem a experiência de ter jogado no Rio Ave. Aos 22 anos, substituiu com todo o mérito o Júlio César. No Benfica e mais ainda numa altura em que a equipa não podia escorregar e que jogava a Liga dos Campeões, não é fácil. Há muito mérito dele. Fez jogos muito regulares e teve participação direta nos resultados.
E que balanço faz da sua época?
Foi uma excelente época, ao lado de jogadores novos e de outros que estão em afirmação, ganharam crédito e que têm um futuro promissor. Essa mistura ajudou-me também. Acho que fomos todos valorizados e o clube também, que atingiu a meta da Europa a que nunca tinha chegado.
Foi a melhor temporada da sua carreira?
Fiz boas épocas no Nacional, mas tenho quase a certeza que esta foi a melhor sim. Não é pela experiência, mas pelo facto de termos estado dez jogos sem sofrer golos, de ter defendido três penáltis e ter tido influência direta nos jogos e na conquista de pontos.
Então é para continuar no Arouca?
Sim, é. Tenho contrato por mais uma época. Estou feliz e motivado para o que aí vem.
Esteve no FC Porto em 2011/2012, não foi opção e na temporada seguinte foi emprestado ao Olhanense. A experiência não correu bem. Ainda assim, mantém o desejo de voltar a um grande do futebol português?
Não é fácil chegar lá, mas pode acontecer. Porque não? Fiz uma época que prova que posso chegar lá, mas já não tenho muito tempo para isso. É certo que o Júlio César e o Iker Casillas chegaram já tarde ao Benfica e ao FC Porto, respetivamente, que as nossas carreiras não se podem comparar e que a minha não chega a cinco ou a 10 por cento da deles, mas eles foram contratados com 35 anos. Por isso, acho que a idade nunca seria um entrave. A gente trabalha para isso. A minha realidade é o Arouca, mas se puder chegar lá… porque não?
Tem preferência por FC Porto, Benfica ou Sporting?
Não. Iria para qualquer um, claro, mas atualmente todos eles têm grandes guarda-redes. Respeito muito o clube onde estou, mas, se amanhã um grande me quiser, logo se vê.