A 20 de novembro de 2013, o Maisfutebol publicou um extenso trabalho sobre Carlos Eduardo. Chamámos-lhe «Íntimo da bola». 20 minutos em Guimarães convenceram-nos que o médio brasileiro era uma verdadeira solução para o meio-campo treinado, então, por Paulo Fonseca.

Os tempos imediatamente a seguir deram razão ao nosso vaticínio. Uma lesão posterior afastou-o dos relvados e, quando voltou, Carlos Eduardo foi incapaz de recuperar o nível qualitativo.

O médio jogou sempre limitado, longe de estar a 100 por cento e acabou por perder fulgor e influência dentro da equipa. Na pré-época, já com Julen Lopetegui, chegou a ser testado a trinco. A chegada de muitos jogadores para o meio-campo aconselhou a saída do FC Porto.

Em Nice, aos 25 anos, Carlos Eduardo recupera o prazer por ser íntimo da bola. E volta a sugerir que a boa impressão causada ao nosso jornal, há um ano, não era despropositada.

Para ele tudo começou bem cedo. «Aos seis anos o meu pai levou-me para uma escolinha, onde eu jogava na areia. Fiz um percurso bom e aos 18 anos cheguei ao Ituano», diz, em entrevista ao Maisfutebol.

ENTREVISTA A CARLOS EDUARDO: os cinco golos, o génio de Quintero e o FC Porto

Aí conheceu Vinícius Eutrópio, a pessoa «mais importante» em toda a sua carreira. «Ele merece tudo de bom. Foi essencial para tudo o que me aconteceu. Sem ele, talvez não tivesse chegado tão longe. Por favor, escreva isso, o senhor Eutrópio é quase um pai».

Carlos Eduardo trabalhou com Vinícius Eutrópio no Ituano, no Fluminense, no Grémio Barueri e no Estoril-Praia. Na sua cabeça estiveram sempre os «dois maiores ídolos».

«Adorei e adoro o estilo do Deco e do Riquelme. Tentei aproximar o meu jogo do deles», confessa ao nosso jornal, a partir de Nice.

E como tem sido viver no sul de França? «Treinamos quase sempre duas vezes por dia, por isso estou essencialmente em casa e no estádio. Nice é uma cidade ótima, o clima é fantástico e já fui visitar o Mónaco. Fica a poucos quilómetros. É um sítio incrível».

A boa temporada no Nice pode reabrir-lhe as portas no FC Porto, mas Carlos Eduardo pensa sobretudo no emblema francês e na seleção do Brasil. Os cinco golos ao Guingamp colocaram-no nas bocas do mundo.

«A ambição existe sempre dentro de mim. Trabalho muito e acredito que a minha oportunidade na seleção vai aparecer».