O Tondela visita este sábado o Estádio da Luz, para defrontar o Benfica, o que foi um ótimo pretexto para falar com Tomané.

Aquele que é um dos avançados em destaque na equipa, e no campeonato, falou da temporada que está a fazer, já com nove golos na Liga, confessou que se sente mais maduro e admite que quando era novo corria mais, mas não corria bem.

Pelo caminho fala do que quer para o futuro, da ambição de voltar a emigrar e do sonho de um grande, e aborda também a situação do Tondela enquanto clube.

Aos 26 anos, como é que o Tomané se define enquanto jogador?

Por tudo o que já passei, um jogador mais experiente e que se posiciona melhor. Tenho melhorado época após época, procuro sempre algo mais e as coisas estão a correr bem nesse sentido. Sou um jogador mais experiente porque a posição de avançado é um bocadinho difícil quando se é mais novo, se calhar corre-se muito e não se corre bem. Percebi isso, a ajuda dos treinadores também foi importante e sinto-me um jogador mais maduro e mais preparado para os jogos.

Se o tempo voltasse atrás, escolhia outra vez o Tondela para prosseguir a carreira?

Sim, nunca me arrependo daquilo que faço e vou estar sempre agradecido ao Tondela: em primeiro lugar porque me ajudou muito e em segundo lugar porque as duas melhores épocas são no Tondela. Por isso devo muito a este clube e tenho por ele o máximo de respeito.

Há pouco mais de uma década o clube estava nos distritais de Viseu. Como olha para este crescimento e afirmação do Tondela?

O clube tem evoluído. Agora entrou um grupo novo e as coisas vão mudar, se calhar ainda vão melhorar. Acho que o presidente [Gilberto Coimbra] deixou um trabalho enorme, numa equipa que começou lá de baixo, que teve uma ascensão muito rápida e que está de parabéns. Mérito do Tondela, do presidente e das pessoas que trabalham com ele, porque conseguiu colocar um clube do interior no topo, o que não é fácil. O Tondela tem tudo para crescer, mas precisa de se manter na Liga por alguns anos.

Ainda há jogadores que receiam jogar nos clubes do interior?

Se calhar um jogador que tiver a opção de ir para Lisboa ou para o Porto, prefere ir para lá do que vir para aqui. Eu sinto-me bem, moro em Viseu e conheço a mentalidade das pessoas em Tondela, que é um pouco aquilo que vivo na minha cidade [Fafe], que também é pequena. Por isso a minha estadia aqui não é muito diferente.

Mas o Tomané é um caso diferente de outros jogadores...

Claro que há jogadores habituados a grandes cidades e vir para aqui, longe de tudo, é um bocadinho diferente. Mas isso vai mudando com o clube a manter-se na Liga. As pessoas vão mudando, não olham para o Tondela como uma equipa que está sempre a sofrer e acho que isso é importante. Penso que o clube pode crescer nesse e noutros níveis, mas as pessoas e este grupo vão melhorar isso.

Em janeiro foi associado ao Estrela Vermelha, da Sérvia. Depois das experiências em 2016, na Alemanha (Duisburgo) e Grécia (Panetolikos), ambas por empréstimo do Vitória, tem no horizonte um regresso ao estrangeiro?

Estes dois meses são os mais importantes para mim e não penso em mais nada. Sair para o estrangeiro é um objetivo, claro, não posso dizer ‘não, quero ficar em Portugal’. Nada disso, um jogador também tem de olhar para a parte financeira. E a realidade é que aqui não podemos salvaguardar essa parte financeira, por isso um dos objetivos é voltar ao estrangeiro. São outros campeonatos, é diferente. Acho que todos os jogadores querem mais, mas respeito aquilo que é o Tondela e o contrato que tenho. Mas lá está, primeiro estes dois meses e depois logo se verá.

E se surgir o convite de um grande? Tem esse sonho?

Claro que jogar num grande é diferente. Mas não penso muito nisso neste momento. Não é uma coisa em que eu pense, sinceramente, porque há coisas mais importantes para pensar. Isso depois, se acontecer, muito bem. Fico feliz. Até porque o Tondela sairia sempre a ganhar com isso e por isso, saem todos a ganhar.

Estreou-se pela equipa principal do Vitória em 2013/2014, então com 21 anos, aposta de Rui Vitória. A pergunta é inevitável. Gostava de um dia regressar ao seu berço?

Toda a gente sabe que eu gosto muito do Vitória, devo muito ao Vitória. Já o disse e toda a gente sabe, tenho um carinho enorme pelo Vitória. Vou ter sempre respeito por esse clube, porque é como se fosse a minha casa.