Autor: Jordi Quixano*

A seleção da Espanha, detentora do título e participante na fase final do Campeonato da Europa de 2012, reserva várias curiosidades que o leitor do Maisfutebol deve saber. Fique a conhecer factos interessantes sobre jogadores espanhóis:

Iker Casillas

Após o apito final do jogo entre Real Madrid e Bayern Munique para a Liga dos Campeões de 2003, , Casillas dirigiu-se a Oliver Kahn e pediu-lhe a camisola, num gesto de admiração. O alemão, abatido pela eliminação, não só recusou o pedido como o fez com maus modos. «Como guarda-redes é um dos maiores, mas como pessoa deixa muito a desejar. Às vezes na vida é preciso um pouco de humildade,» desabafou então Iker. Uns dias mais tarde, porém, Kahn corrigiu o gesto e enviou a camisola para Madrid, juntamente com um convite para Iker passar um dia em Munique.

Gerard Piqué

Contratado pelo Manchester United quando ainda estava em formação, Piqué cedo se tornou amigo de Ruud Van Nistelrooy. «Parabéns pelo teu casamento», atirou o jogador das reservas quando viu pela primeira vez o holandês, que não o conhecia. Surpreendido com o atrevimento do rapaz, o avançado sorriu, estendeu-lhe a mão e convidou-o para treinar. Mas a amizade foi consolidada nos estágios, quando Ruud ia ter com Piqué para ter aulas de castelhano e discutir os maus resultados da seleção espanhola. Acabado o «curso», Ruud foi jogar para Madrid, mas no cacifo umas botas com o seu nome. No dia seguinte Piqué, com o consentimento dos companheiros de equipa, levou-as para casa. E ainda as guarda.

David Silva

David Silva, a quem os adeptos do Manchester City puseram a alcunha de Feiticeiro, tem uma paixão sem limites pelo futebol. Isso ficou confirmado quando tinha apenas cinco anos: o impacto de uma bola partiu-lhe o braço, como apanha-bolas do Arguineguín, a equipa da sua terra natal. Ao fim de duas semanas, porém, estava de volta para o jogo seguinte, tendo pedido para ocupar o seu lugar habitual, junto ao relvado.

Xabi Alonso

Filho de Periko - um jogador que brilhou na Real Sociedad e no Barcelona - Xabi teve a educação perfeita. Talvez tenha ficado marcado pelo castigo que a sua mãe lhe aplicou quando, em criança, teve uma nota baixa no teste de espanhol: ficou um mês sem jogar futebol. Para ele, não há registos de mau comportamento, lutas, frases estrondosas ou disputas e rivalidades fora do campo. Ele prefere tudo na normalidade. Assim, seis meses depois de assinar pelo Real Madrid, decidiu deixar a casa de luxo nos subúrbios e fixar-se no centro da cidade, vivendo a vida de todos os dias, integrado na sociedade da capital espanhola.

Xavi

Xavi não teve pressa em chegar ao Barcelona. O médio era ainda criança quando o diretor da formação, Oriol Tort, o viu jogar, apenas com seis anos. Ficou encantado com o seu futebol, mas o físico e a estatura eram menos convicentes. «Ele ainda é muito pequeno, mas vão acabar por contratá-lo,» garantiu o pai de Xavi, de nome Joaquin, antigo jogador do Sabadell. Foram precisos quatro anos para convencer Tort, mas em Julho de 1991, com onze anos, Xavi marcou três golos no teste de admissão e entrou para o clube. Ainda lá continua.

*Jordi Quixano é jornalista do El País. Este artigo está integrado na Euro2012 Network, uma cooperação entre alguns dos melhores meios jornalísticos dos 16 países participantes na competição.