Real Madrid e Valência proporcionaram um espetáculo de luxo no Santiago Bernabéu, numa partida que terminou sem golos, mas que contou com três bolas nos ferros e emoção a rodos nas duas balizas. Um nulo que permite ao Barcelona, que no sábado bateu o Saragoça ( 4-1), reduzir a diferença para o topo para apenas quatro pontos quando, já na próxima quarta-feira, os merengues visitam o Vicente Calderón para o «derby» de Madrid.

Ao contrário das expetativas, Mourinho deixou Di Maria no banco, mantendo a confiança num ataque, com Higuaín, Özil, Cristiano Ronaldo e Benzema, retocando apenas a defesa, com a entrada de Albiol para o lugar do castigado Sergio Ramos. Unai Emery surpreendeu ainda mais ao deixar Soldado, melhor marcador do Valência, no banco para apostar em Aduriz e entregar a braçadeira de capitão a Ricardo Costa.

A equipa merengue procurou assumir a iniciativa do jogo, com Higuaín e Cristiano Ronaldo bem abertos nas alas, mas pela frente encontraram um Valência bem organizado na defesa e, acima de tudo, determinado a responder às ofensivas, com ataque bem construídos, tirando proveito dos desequilíbrios merengues. A cada oportunidade do Real Madrid, o Valência respondeu com uma equivalente. Bomba de Ronaldo, bomba de Feghouli. Remate ao poste de Ronaldo, cabeçada ao poste de Ricardo Costa.

Um jogo com ritmo intenso, de parada e resposta, sem que o Real Madrid conseguisse reclamar totalmente as rédeas do jogo. Não conseguiu porque o Valência não se limitou a defender e, sempre que ganhava a bola, saía a jogar. José Mourinho não esperou muito e, logo após o intervalo, trocou o apagado Higuaín por Di María. Logo no primeiro lance, o argentino abriu uma brecha para Cristiano Ronaldo que obrigou Guaita à primeira grande defesa da noite. A primeira porque o guarda-redes argentino também viria a ser um dos protagonistas da noite.

O Real voltava a tentar impor o ritmo de jogo, mas o Valência sacudia e voltava a colocar o adversário em sentido com um fenomenal remate de Tino Costa do meio da rua que sobrevoou Casillas e foi devolvido pela trave. A equipa do Mestalla passava para a frente nos remates aos ferros. Depois do ritmo elevado na primeira parte, e sem esquecer que as duas equipas jogaram a meio da semana para Champions, a intensidade subiu ainda mais um nível no segundo tempo, com os treinadores a deitarem ainda mais lenha para a fogueira.

Mourinho, depois de Di Maria, lançou ainda Kaká e Callejón, enquanto Unai Emery começou por refrescar as alas, com Pablo Hernandez e Mathieu, antes de lançar o seu último trunfo, Soldado. As oportunidades seguiram a um ritmo intenso nas duas balizas, com Guaita e Casillas a terem de se aplicar para evitar os golos que o jogo já merecia. Benzema teve uma oportunidade soberana para desfazer o nulo, mas Guaita, em noite de grande inspiração, manteve o empate até final.

Não houve golos, mas quem assistiu ao jogo, no Bernabéu ou na televisão, terá ficado certamente rendido à qualidade do espetáculo oferecido pelas duas equipas.

CLASSIFICAÇÃO DE LA LIGA

Resultados e marcadores da 31ª jornada:

Sábado

Espanhol-Real Sociedad, 2-2

(Demidov, 45, pb; Weiss, 47) (Carlos Vela, 12 e 14)

Getafe-Sp. Gijón, 2-0

(Miku, 22; Diego Castro, 47)

Rayo Vallecano-Osasuna, 6-0

(Movilla, 5; Michu, 12 e 28; Diego Costa, 36; Armenteros, 57; Tito, 79)

Saragoça-Barcelona, 1-4

(Aranda, 39) (Puyol, 36; Messi, 39 e 86, gp; Pedro Rodriguez, 90)

Bétis-Villarreal, 3-1

(Santa Cruz, 35; Martin, 38; Etxebarria, 58) (Marco Ruben, 90)

Domingo

Levante-At. Madrid, 2-0

(Valdo, 1; Koné, 9)

Maiorca-Granada, 0-0

At. Bilbao-Sevilha, 1-0

(Llorente, 47)

Real Madrid-Valencia, 0-0