As notícias a envolver a seleção feminina espanhola continuam a marcar a atualidade desportiva do país vizinho depois da convocatória da nova selecionadora Montse Tomé, com as jogadoras a concentrarem-se esta terça-feira, a conta-gotas, em vários pontos do país, para os próximos jogos com a Suécia e com a Suíça, para a Liga das Nações.

Da parte da manhã, apresentaram-se apenas seis das 23 convocadas em Madrid, precisamente as que jogam na capital espanhola, no Real Madrid e no Atlético Madrid, que se juntaram à nova equipa técnica para viajarem para Valencia onde vão realizar o estágio de preparação.

Outras quatro jogadoras viajaram diretamente para Valencia, mas as jogadoras do Barcelona fiaram retidas no aeroporto , depois do avião em que iam viajar ter sofrido uma avaria mecânica que acabou por adiar a deslocação das internacionais espanholas para o final da tarde.

Uma convocatória envolta em mal-estar, uma vez que a nova selecionadora chamou 20 das 39 jogadoras que tinham assinado uma carta a exigir mudanças estruturais na federação espanhola.

Na mesma carta, as futebolistas internacionais reafirmaram a sua «vontade de não ser convocadas por motivos justificados» para a seleção, declinando assim a chamada de Montse Tomé, que deixou fora das eleitas Jenni Hermoso.

A selecionadora justificou a ausência da jogadora que esteve no centro da polémica iniciada com o beijo do então presidente federativo, Luis Rubiales, com a necessidade de «proteger do ruído mediático» a capitã da equipa que conquistou o Mundial.

Hermoso que, entretanto, já se juntou à sua equipa, no México, respondeu à selecionadora, questionando: «Querem proteger-me de quê, ou de quem?».

No plano político, o ministro da Cultura e do Desporto, Miguel Iceta, garantiu que o governo «não vai ser um espetador passivo» no conflito que opõe as jogadoras à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), e assegurou que o presidente do Conselho Superior do Desporto (CSD) vai envolver-se pessoalmente no diferendo.

«A RFEF está a fazer muitas coisas mal, creio que isso é claro, creio que a convocatória é anómala e que é preciso corrigir os erros, se quisermos, de verdade, recuperar a senda de êxitos que teve o seu maior momento em Sydney», afirmou o ministro.

Os jogos da Espanha com a Suécia, em Gotemburgo, e com a Suíça, em Córdoba, marcam o início da nova edição da Liga das Nações que também pode valer a qualificação para uma vaga nos próximos Jogos Olímpicos.