Com uma defesa de papel, o Sp. Braga não evitou uma derrota no Estoril, num resultado que acentua diferenças no que diz respeito à luta pela qualificação europeia.

A equipa da casa foi superior, e mesmo com escassas oportunidades conseguiu construir uma vantagem que depois soube segurar, pese embora o susto final. Privado de Rafa Silva, o melhor jogador, a equipa visitante fez uma exibição muito fraca.

Os «arsenalistas» têm agora sete pontos de atraso para o adversário desta segunda-feira e seis para o Nacional, quinto classificado.

Das «amarras» iniciais aos erros aproveitados

O jogo começou amarrado, até pelo encaixe tático resultante da apresentação de ambas as equipas em 4x2x3x1. Desde logo com ligeiro ascendente do Estoril, diga-se, mas sem oportunidades claras em qualquer das balizas.

Na primeira grande ocasião, que foi também o primeiro remate à baliza, o Estoril adiantou-se no marcador. Um lance que parecia inofensivo, na origem, mas uma rápida troca de bola entre Balboa, Evandro e Sebá desequilibrou a defesa «arsenalista», com o antigo jogador do FC Porto a lançar depois a velocidade de Carlitos, que bateu Eduardo (23m).

A resposta do Sp. Braga foi tímida. Primeiro com um remate cruzado de Pardo que desviou em Babanco e saiu ao lado (29m), e depois um lance em que Rusescu aparece solto na área mas nem chega a rematar, desarmado por Rúben Fernandes (30m).

O Estoril perdeu depois Sebá, que estava a desempenhar (bem) a função de falso ponta de lança, mas Gerson, o seu substituto, esteve à altura. Entrou para o lado direito do ataque (Balboa foi jogar para o meio), e fez a assistência para o segundo golo do Estoril, apontado por Evandro a dois minutos do descanso.

Mais um lance em que a defesa do Sp. Braga demonstrou enorme fragilidade, assistindo de «cadeirinha». Núrio permitiu que Gerso rodasse para arrancar um cruzamento na linha de fundo, e depois os centrais, parados, a ver a conclusão de Evandro. Sobretudo Nuno André Coelho, que ficou de braço estendido.

Escassa reação «arsenalista»

Naturalmente insatisfeito ao intervalo, Jesualdo Ferreira decidiu trocar o apagado Kappel pelo estreante Erick Moreno. O Sp. Braga passou a jogar em 4x4x2, com Alan, que tinha começado a «10», encostado à direita. Mas privado de Rafa, o melhor jogador, a equipa «arsenalista» nunca foi capaz de construir jogadas de ataque.

Foi já depois da troca de Mauro por Luiz Carlos (62m) que a equipa visitante dispôs de uma verdadeira ocasião, com Rusescu a aproveitar um corte incompleto na área do Estoril, mas depois a ver Gonçalo Santos dar o corpo à bola e intercetar o remate.

Mas com o jogo controlado, o Estoril esteve perto do golo ao minuto 77, na sequência de um canto, com Carlitos a cabecear para defesa de Eduardo.

Mas em período de descontos o Sp. Braga conseguiu mesmo o tento de honra, pelo inconformado Rusescu, após cruzamento da direita de Miljkovic. Um golo que, na verdade, a equipa «arsenalista» pouco fez por merecer.