Ricardo Quaresma acredita que o apuramento de Portugal para as meias-finais do Euro 2016 deve-se à mentalidade dos jogadores.

«Estivemos bem. Depois de entrarmos a perder, acho que a equipa reagiu bem. Tivemos uma personalidade muito forte, como temos mostrado todos os dias e em todos os jogos», disse, antes de comentar o estilo mais cauteloso que a Seleção tem mostrado nos últimos tempos: «O futebol não é o mesmo de há três, quatro anos, está sempre a evoluir. Temos de nos adaptar, mesmo os jogadores mais tecnicistas têm de ajudar mais defensivamente.»

A meta está à vista, mas o extremo imagina-se «a ganhar a próxima final e só depois a pensar no resto», tendo desvalorizado o seu contributo para mais uma presença da equipa das quinas numa meia-final de uma grande competição: «O mais importante para nós é alcançarmos o que falámos e o que queremos, que é chegar à final. Seja eu a decidir ou um colega meu, é o mesmo.»

Quaresma explicou a ordem invertida no desempate por penáltis. Desta vez, Cristiano marcou primeiro. «Quando o Cris [Cristiano] assumiu o primeiro, eu assumi o último. Se ele assumisse o último, eu assumiria o primeiro.» Pelo meio, logo no segundo pontapé dos 11 metros, esteve Renato Sanches, um jovem que continua a bater recordes. «Tem uma personalidade muito forte, é um craque e merece tudo o que lhe tem acontecido. É um jogador fantástico», sublinhou.

O avançado está preparado para tudo: jogar de início ou começar no banco. «Espero sempre jogar. Ninguém que está aqui espera ficar de fora. Cabe ao selecionador decidir quem vai jogar. Eu sou mais um para ajudar e é isso que me interessa. Tenho a confiança do selecionador, tenho a confiança dos meus colegas, o que me interessa é que estamos quase a chegar lá», garantiu antes de comentar o abraço sentido a Fernando Santos no final do encontro com a Polónia: «Para mim significa muito. É um dos treinadores que merece o meu respeito para sempre. Já disse que é o único selecionador que me deu a confiança que eu esperava. Não o disse para que me ponha a jogar. Graças a Deus não preciso disso. Disse-o porque é isso que eu sinto, e vou agradecer-lhe para sempre o que tem feito por mim.»

Quaresma, que garante que nunca se sentiu fora do Europeu, recuou alguns meses para explicar melhor a relação que tem com o selecionador. «Na altura em que eu não jogava no FC Porto foi o único que meteu a cabeça e o corpo por mim. Muita gente criticou, muita gente disse que eu não devia ir e ele sempre apostou em mim. Só tenho de lhe agradecer, e dentro de campo mostrá-lo.»

Ricardo Quaresma fala de «uma semana importante», em que Portugal realizou mais «um bom jogo» e que agora «há que continuar a trabalhar e esperar para se saber quem será o adversário. Não tem preferências, garante. «É igual, são grandes equipas», concluiu.