O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) admitiu que era difícil contar com árbitros portugueses na fase final do Euro2016, não pela falta de qualidade, mas pela ausência de estratégia na gestão de carreiras.

«O que a UEFA tem em conta para estas designações é o grupo que os árbitros ocupam. Estes saem do grupo de elite, no qual não temos nenhum desde a saída do Pedro Proença e do Olegário Benquerença. Tivemos alguma esperança que o Artur Soares Dias ou o Jorge Sousa pudessem chegar ao grupo de elite, na última semana, mas, não tendo acontecido, seria muito difícil ter algum português na fase final, daí não considerar uma deceção.»

Assim, em declarações à agência Lusa, José Fontelas Gomes disse que «a arbitragem portuguesa nunca poderia ter chegado a este ponto, é um trabalho que deveria ter sido feito de forma diferente nos últimos dez anos, para se ter, todos os anos, árbitros em condições de poder integrar os grupos cimeiros da UEFA».

Na mesma ocasião, Fontelas Gomes excluiu Jorge Sousa, de 40 anos, dos potenciais candidatos a uma presença no Mundial2018, considerando que Artur Soares Dias, de 36, «deve ser a esperança».

«Digo isto por causa da idade e não pela qualidade, porque qualidade temos e temos tido provas disso, com as nomeações internacionais», justificou, para ainda dizer que a aposta nos jovens árbitros é «quase obrigatória», para que as possibilidades de nomeação internacional não sejam tão reduzidas no futuro.

O presidente da APAF disse ainda que as constantes críticas à arbitragem portuguesa não favorecem, mas não considera que tenham sido decisivas para esta ausência: «Obviamente nenhuma má publicidade é boa. Mas, em termos internacionais, o que conta é a qualidade e os desempenhos das equipas de arbitragem e isso tem sido bom, há que fazer alguma promoção dos nossos árbitros junto de quem dirige a arbitragem internacional. Falta-nos alguma estratégia de gestão de carreiras internacionais.»