Pode ser forçado dizer que a exibição foi de se tirar o chapéu, mas o golo de Cristiano Ronaldo foi mesmo o ponto alto de mais um triunfo de Portugal. Aí vão cinco consecutivos, três dos quais na fase de apuramento, e o Euro2020 mesmo tão perto.

Faltou maior velocidade na circulação de bola em alguns momentos do jogo, mas ainda assim a equipa das quinas conseguiu um resultado folgado, sendo que ainda terá ficado com dois penáltis (pelo menos) por beneficiar.

O Luxemburgo deu razão a Fernando Santos e mostrou que não é equipa de chutão para a frente, mas os méritos da organização foram curtos para incomodar verdadeiramente Rui Patrício.

O selecionador nacional juntou Bernardo, Cristiano e Félix na frente, e o início de jogo foi entusiasmante. O capitão apareceu mais pelo centro, mas com a liberdade habitual, muitas vezes a recuar uns metros para jogar em apoio, com Félix à espreita de fazer a diagonal para o espaço que se abria entre centrais (ou nas costas destes).

O primeiro remate do jogo até foi do capitão, mas depois foi o jogador do Atlético de Madrid a beneficiar de duas ocasiões, mas o primeiro remate saiu fraco, para as mãos do guarda-redes (13m), e o segundo saiu a centímetros do poste (15m).

A boa entrada lusa acabou premiada, em todo o caso. O primeiro mérito vai para o passe a rasgar de Bruno Fernandes, mas depois Nélson Semedo juntou velocidade e persistência ao lance, que acabou por sobrar para Bernardo Silva, que só teve de atirar a bola para o fundo da baliza sem guarda-redes.

O problema é que após o golo a Seleção baixou demasiado o ritmo. Ronaldo continuou à procura do golo nos minutos seguintes, mas o Luxemburgo até encontrou condições para espreitar o ataque, sobretudo a partir do interessante Vincent Thill, que criou duas ocasiões (um remate à figura e outro à malha lateral).

Na segunda parte voltou a aumentar a intensidade lusa, e por consequência as dificuldades luxemburguesas, até porque Cristiano Ronaldo começava a ficar impaciente por não cumprir a sua rotina.

O capitão ameaçou de bicicleta ao minuto 50, mas foi de chapéu que conseguiu bater Moris, ao minuto 65, após o mau passe atrasado de Chanot.

Foi o 94º golo pela Seleção e o 699º da carreira para CR7, que continuou a liderar o ataque luso. Aí a equipa das quinas não baixou o ritmo, e continuou a criar oportunidades, fora os lances em que ficou a pedir penálti.

O Luxemburgo não foi mais perigoso na segunda parte (pelo contrário, talvez), e Gonçalo Guedes ainda saltou do banco a tempo de marcar o terceiro golo português, ao minuto 90.

Segue-se a visita à Ucrânia, num dia em que pode ficar carimbado o apuramento para o Europeu (em caso de trunfo em Kiev, e se a Sérvia não bater a Lituânia).