A ideia de Sepp Blatter criar uma lei que limite o número de jogadores estrangeiros por equipa parece cair por terra à nascença. O presidente da FIFA quer que em 2010 esteja implementada uma regra de apenas cinco jogadores estrangeiros por cada onze inicial.
No entanto, as vozes discordantes têm sido muitas. O G14, que reúne dezoito dos maiores clubes europeus, entre eles Milan, Man. United e Real Madrid, já se manifestou contra. Agora foi a vez da liga inglesa e do próprio Platini seguirem o exemplo.
O presidente da UEFA diz, em declarações à agência Reuters, compreender a ideia de Blatter, mas acrescenta que a mesma é impossível devido às leis de livre-trânsito de trabalhadores da União Europeia. «A filosofia é boa, mas para mim não é possível de colocar em prática», disse.
Platini lembra, de resto, que já existe uma regra que obriga os clubes participantes nas competições europeias a ter oito jogadores formados localmente inscritos na UEFA. «Temos que proteger o futebol jovem, as academias e conseguir acordos com a família do futebol para que não fiquemos à mercê das decisões da Comissão Europeia ou da Justiça», referiu. Mas restringir o número de estrangeiros, acrescenta, é impossível.
Liga inglesa diz que é preferível ter jovens estrangeiros de qualidade a jovens nacionais sem qualidade
Uma opinião basicamente igual à da Liga inglesa. O organismo que dirige o futebol inglês considera que os clubes já estão a fazer o que podem ao investir nas academias de formação e no desenvolvimento do futebol jovem.
«É preferível ter jovens de qualidade que cheguem de país estrangeiros do que sermos forçados a jogar com jovens sem qualidade para entrar na liga inglesa ou na equipa nacional», disse o porta-voz Dan Johnson.
Arsène Wenger lembra que o princípio é ter boas equipas e não proteger os jogadores nacionais
Uma opinião que é corroborada por Arsène Wenger. «O princípio que deve reger um clube é ter uma equipa que seja a melhor possível, não é proteger a equipa nacional do país. Se puder combinar os dois, melhor, se não puder, paciência», diz o treinador do Arsenal.
«Acham que eu sou louco ao ponto de deixar de fora jogadores de classe mundial só porque eles são ingleses? Sou o primeiro a ficar contente se tivermos um jovem inglês de qualidade, porque sei que ficará muito tempo no Arsenal, ao contrário de por exemplo o Fabregas que é muito pretendido por Real Madrid e Barcelona. Mas isso nem sempre é possível».