Está melhor, mas ainda longe de estar pronta. A máquina de Lopetegui tem qualidades e defeitos já evidentes nesta altura, a duas semanas do arranque da competição oficial para o FC Porto. Depois do nulo na apresentação com o Saint-Etienne, o FC Porto subiu a fasquia frente ao Everton e a igualdade final (1-1) até é algo injusta para o que se viu em Goodison Park.

Mas como nesta altura os treinadores costumam sublinhar que mais importante que os resultados são os princípios adquiridos, vamos às conclusões possíveis. Primeiro, a evidente: o FC Porto de Lopetegui vai ter bola.

É um FC Porto que já manda, que escolhe como quer os jogos e leva-os para bem longe da sua área. Coloca a linha defensiva quase em cima do meio campo, faz das trocas de bola a maior arma e dos desvios de posição um truque para ludibriar os mais distraídos. Virtudes definidas, como se disse. 

Recorde o Everton-FC Porto Ao Minuto  

O que falta então? Nesta amostra, sobretudo no primeiro tempo, faltaram metros. E uma referência. Lopetegui colocou Adrián Lopez como ponta-de-lança mas está visto que o espanhol não funciona se tiver de ser o farol dos raides ofensivos. É nas alas e partindo delas para o centro que se sente bem.

Porque durante quase todos os primeiros 45 minutos, o FC Porto jogou como quis, ao ritmo que impôs. Mas criou poucas situações de golo. Penetrar na linha defensiva inglesa foi missão quase impossível.

Oliver Torres, desta feita colado a um flanco, foi o principal agitador, apesar de Quaresma, a espaços, e Herrera, quando tinha espaço para arrancar, também terem mostrado bons pormenores.

Passar de pormenores a ações efetivas é o desafio escancarado à frente deste grupo, porque a qualidade, já se sabe, está lá.

É só juntar Jackson e o golo acontece

Naturalmente que erros como o de Fabiano, que colocou a bola nos pés de McGeady quase em cima do intervalo, no lance que daria o golo de Naismith, não ajudam em nada. O brasileiro até tinha sido o maior destaque no jogo de apresentação, mas deu o flanco esta tarde e Andrés Fernandez está à espera.

Por isso, com algum sabor a injustiça, o FC Porto desceu para o descanso a perder e Lopetegui mudou. Lançou Jackson e Brahimi logo de início. Apostou em Tello, Casemiro e Quintero pouco depois.

Ganhou os metros que faltavam, mas não por muito tempo. Ainda assim, o suficiente para igualar o jogo. Jackson Martínez finalizou bem, após assistência de Herrera. Um golo para festejar a renovação consumada na véspera. 

FC Porto: análise aos reforços  

Era a melhor fase do jogo portista, mas faltou-lhe continuidade. Naturalmente que as substituições operadas (ainda entraram Reyes, Carlos Eduardo, Opare e estreou-se Jose Angel) quebraram o ritmo e o Everton até esteve mais perto do golo, com Fabiano a redimir-se com uma defesa brilhante a remate ao segundo poste.

Fica a certeza que este FC Porto sabe o que quer e mostra-o, mesmo que a espaços. O resto, acredita Lopetegui, virá com o tempo. Para já o crescimento, numa semana, não foi brilhante mas notou-se. O que é bom.