Rabah Madjer e Juary. A inesquecível dupla que fez os golos do F.C. Porto na final de Viena, a 27 de Maio de 1987. Vinte anos depois, o reencontro no Estádio do Dragão. O argelino é hoje em dia comentador da televisão Al Jazeera, enquanto o brasileiro é o responsável técnico dos juniores do Potenza, uma equipa italiana.
Numa tarde de intenso simbolismo, os dois abriram o baú das memórias e recuaram à noite do Prater. A noite onde o F.C. Porto ganhou pela primeira vez a então denominada Taça dos Campeões Europeus. «Aquele foi um calcanhar para a história. Sempre que alguém marca um golo de calcanhar, é sempre o calcanhar do Madjer que está ali presente. É um golo que faz parte da história mundial e isso deixa-me muito feliz», referiu este domingo o argelino.
Madjer fez ainda questão de não esquecer a palestra do técnico Artur Jorge. «Ele disse para acreditarmos, mas já se sabe que quando entramos em campo a última palavra é dos jogadores. Mas fizemos-lhe a vontade: jogámos para vencer», lembrou o antigo jogador.
As memórias da antiga arma secreta
Juary apontou o golo da vitória diante do Bayern de Munique. Presente na Loja Azul do Estádio do Dragão, o brasileiro, sempre sorridente, recordou a jogada que originou o golo de Madjer. «O Frasco passou-me a bola, entrei na área e, pelo canto do olho, vi o Madjer. Cruzei e ele, perfeito como sempre, deu uma volta de 90 graus e meteu de calcanhar. Incrível! Foi uma sensação incrível».
O actual técnico do Potenza sublinhou o fantástico espírito de grupo que se vivia na altura. «Lembro-me do apito final e de olhar para os meus companheiros. Os olhos de todos diziam dever cumprido. Recordo-me do meu golo e de pensar que estávamos mais perto do sonho. Mas sofremos muito até ao fim. Nunca mais esquecerei aquela noite», finalizou a antiga arma secreta do F.C. Porto.