A chamada para o jogo de Barcelos - no qual já tem garantido, no mínimo, um lugar no banco de suplentes - tornam Paulo Machado o primeiro jovem da equipa secundária a ser aposta do espanhol Victor Fernández. O que só vem relevar o nome de um dos mais promissores médios defensivos do futebol nacional.
Expoente da brilhante geração campeã europeia de sub-17, o médio portista é também alvo da admiração de José Mourinho, que o chamou para a inauguração do estádio do Dragão e o estreou em competições oficiais frente ao Vilafranquense, num jogo da sexta eliminatória da Taça de Portugal da última época. Uma excelente estreia, por sinal. Entrou ao 65 minutos para o lugar de Sérgio Conceição e em menos de meia-hora fez o suficiente para receber nota 4 do Maisfutebol.
Criado no problemático Bairro do Cerco, no Porto, embora tenha nascido na freguesia de Massarelos, Paulo Machado tem apenas 18 anos (nasceu a 31 de Março de 1986), idade de júnior, portanto, mas é opção frequente para os Bês. Já chamou também a atenção do Fundo de Investimento, que adquiriu 16,7 por cento do passe avaliado em 1.6 milhões de euros.
Tractor, para os amigos
Chegou ao F.C. Porto com 14 anos e depressa se evidenciou por um grande fulgor físico já lhe valeu, dentro do balneário, a alcunha de tractor. «É um bom jogador e tem todas as condições para melhorar». António Violante sabe do que fala. Conheceu o jovem quando este tinha 16 anos e desde então que tem sido o seu seleccionador nos diversos escalões. «É um miúdo de grande entrega, tem boas características defensivas, sabe sair a jogar, é muito responsável do ponto de vista táctico e tem excelentes capacidades de liderança», acrescenta em conversa com o Maisfutebol.
O seleccionador sub-19 diz que Paulo Machado (admirador de Maniche) tem certas semelhanças com Petit na forma como sabe balançar o jogo da equipa, mas destaca sobretudo o crescimento psicológico do jovem. «O Paulo Machado cresceu no Bairro do Cerco e é um miúdo com uma vivência não muito normal tendo em conta aquilo que eram as companhias. Mas soube passar a ser homenzinho. Era um miúdo muito intempestivo, não podia receber um toque de um adversário que reagia logo, mas entendeu que não podia ser assim. Não tem tido uma vida fácil, mas sabe o que quer e ganhou juízo».