Kelvin como herói provável no triunfo de Vítor Pereira. A terceira opção, o derradeiro cartucho sem provas dadas para o grande público. Liedson a ver. Dois golos como resposta, Sporting de Braga a tombar com estrondo na promessa de uma reta final sem favores do F.C. Porto ao líder (3-1).

Dez minutos a retificar uma história mal contada, a crónica de uma morte anunciada, a pressão face à vitória do Benfica e o campeão nacional a responder presente, vasculhando o plantel à procura de uma solução. Em abril, vai longa a época, chega então Kelvin.

Para o Sp. Braga, é desfecho merecido. Toada defensiva, sem ponta-de-lança, meio-campo reforçado a pensar no empate, como se o empate bastasse para alcançar o pódio. O F.C. Porto enviou duas bolas aos ferros e chegou ao triunfo com justiça. Tardia, ainda assim.

Encontros com pressão acentuada

O primeiro de dois encontros com pressão acentuada. F.C. Porto e Sp. Braga irão defrontar-se na final da Taça da Liga, daqui a uns dias, disputando um troféu apetecível para os minhotos e agridoce para os dragões. Não seria isso a salvar a época de Vítor Pereira.

Para o treinador azul e branco, encarar o Sp. Braga é rever a única equipa portuguesa capaz de abater o F.C. Porto na presente temporada. Nessa altura, ditou o afastamento portista da Taça de Portugal.

Acossado pela derrota frente ao Sporting, José Peseiro reinventou a estratégia e aumentou a teia. Sp. Braga sem ponta-de-lança, Mossoró e João Pedro à vez, mais Nuno André Coelho de regresso e Mauro dando músculo ao setor intermediário. Não chegou.

Alan despertou com o falhanço de João Pedro

Mossoró soava a falsa referência na área mas bastou para Alan. Ao minuto 22, mal os arsenalistas despertaram para o jogo, chegou o golo. Tabela entre brasileiros, oposição sofrível da defensiva contrária e remate violento de Alan. Choque no Dragão.

O F.C. Porto, sem Mangala nem Izmaylov, apostou em mais do mesmo, o improviso recorrente de Defour como extremo, ele que fez uma boa segunda parte na Taça da Liga mas não recolhe unanimidade. Maicon surgiu na defesa. Ambos saíram, um por lesão, outro por ter passado ao lado do jogo.

Foram vinte minutos de pressão portista até que Otamendi perdeu o norte e animou o Sp. Braga. O argentino isolou João Pedro com uma fífia tremenda mas Helton defendeu. Tremeram os dragões, marcaram os visitantes. Pouco depois, Alan festejava.

Respondeu o F.C. Porto, soluçante, sem presença na área para acompanhar Jackson Martínez. Lucho e Moutinho a espaços, Defour desorientado, James à espera de uma oportunidade. Seria ele a inventar o empate, um pontapé na aflição, belíssimo ensaio ao minuto 37.

Vítor Pereira sorria com o empate antes do intervalo, fator importante para evitar a quebra anímica. Perdia Maicon por lesão antes do regresso às cabines e lançava Atsu para procurar o triunfo com a mesma fórmula.

Liedson no plano B que não existe

Desengane-se o menos atento: o F.C. Porto não tem plano B. 4x3x3 ou 4x3x3, muda unidades mas conserva o modelo, Liedson continua a ser figurante na história e o tempo reforça a ideia. Sobrava uma substituição apenas, é certo, mas seria o jovem Kelvin a pisar o relvado no quarto-de-hora final.

O plano A garantiria triunfo folgado se Santos (grande exibição do central brasileiro) não desviasse um remate acrobático de James Rodriguez e, sobretudo, se a trave não devolvesse os ensaios de Otamendi e Alex Sandro, este com uma pontaria inusitada no pé direito.

Kelvin seria o trunfo e o triunfo de Vítor Pereira. O jovem brasileiro, o tal que ultrapassou Liedson, deu razão ao seu técnico com um remate saído da cartola, de fora da área, já ao minuto 83. E, como promessa em noite de afirmação, provou que não havia ali obra do acaso. Pouco depois, marcou novamente e selou o triunfo. Justo, saliente-se.