A figura: William Carvalho

Já era o melhor do Sporting antes do golo. Parte da chave do domínio exercido pelo F.C. Porto esteve na inoperância de Adrien e André Martins, que rematou muito, mas pouco mais. William Carvalho salvou-se, jogando mais recuado como ponto de partida para as tentativas leoninas e preenchendo bem o espaço que Lucho costuma palmilhar. Exemplar no passe. Poucos errou, até porque dá preferência ao jogo simples, muitas vezes uma virtude. O golo? Inteligência no movimento e remate eficaz. É quase sempre assim com ele. Continua a ser bom vê-lo crescer.

O momento: desta vez Montero falhou

Minuto 67. O Clássico estava na fase mais louca. Depois do empate de William Carvalho e do golaço de Danilo que voltou a colocar o F.C. Porto na frente, André Martins descobriu Montero na área e o colombiano, grande figura do Sporting este ano falhou. Desta vez não conseguiu a festa que os sportinguistas tanto lhe devem. O cabeceamento, em excelente posição, deveria ter tido outro desenho. Assim, apenas permitiu a Helton brilhar.

A desilusão: Maurício

A forma mais fácil de classificar o penalty que cometeu sobre Josué é: ridícula. Num lance como aqueles, Maurício deveria ter-se limitado a tapar o espaço para a baliza, o que por si já diminuía, e muito, as hipóteses de Alex Sandro ser feliz. É verdade que no resto do encontro tentou (e conseguiu) ser uma lapa colada a Jackson Martínez, obrigando o colombiano a procurar outros caminhos. Mas o erro ao minuto 11 apaga qualquer tentativa de redenção.

Outros destaques

André Martins

Rematou muito mas quase nunca com qualidade. Abriu as hostilidades aos 4 minutos, esteve perto de marcar aproveitando uma falha de comunicação entre Mangala e Helton, já com o jogo em 1-0, e voltou a disparar por cima perto do intervalo, em posição boa para alvejar a baliza. Foi o que de mais visível o seu jogo teve. De resto foi manietado pelo estilo físico de Herrera e Fernando.

Montero

Primeira parte praticamente nula. Só se mostrou num tentativa «maluca» quase do meio campo que saiu por cima. No segundo tempo, talvez avisado por Jardim, passou a vir mais vezes atrás, como é seu apanágio, baralhando as marcações portistas. Teve oportunidade soberana para o 2-2 mas Helton fez a defesa do jogo. Há dias assim...

Carrillo

Outro que passou ao lado da primeira parte. O Sporting atacou mais pela direita e, até sair, Wilson Eduardo estava melhor. Ou pelo menos mais ativo, porque o português também não foi brilhante. Quando Capel entrou, o peruano despertou e passou a ser o mais perigoso do ataque leonino. Assustou Alex Sandro num par de lances e empurrou a equipa para a frente. Fez acreditar. Mas foi por pouco tempo.

Ivan Piris

Meia surpresa no onze de Jardim, quando se esperava que Jefferson pudesse recuperar a tempo. Foi-se soltando com o decorrer do jogo e até tentou o remate levando Helton a fazer uma boa defesa. Defensivamente começou por estar algo atrapalhado porque Josué fugia muito para o centro e ficava sem adversário direto. Conseguiu recompor-se com o tempo. O que lhe pode faltar daqui para a frente quando Jefferson estiver mesmo de volta.

Adrian

Muito tenrinho. Engolido por Fernando, poucas vezes conseguiu armar o jogo do Sporting. Nem com André Martins, nem, mais tarde, com Vítor ao seu lado. Ainda foi ele a perder a bola no contra-ataque portista que colocou um ponto final no jogo.