Este foi um fim se semana em que um mesmo facto pode ser destacado sob a perspetiva de várias figuras que podem chegar até, por exemplo, ao número de três num mesmo jogo. Foi o que aconteceu em Madrid na partida de estreia de Zinedine Zidane, em que Gareth Bale marcou três golos e Cristiano Ronaldo ficou em branco.

Zidane na melhor estreia desde 1959
O francês aceitou a missão de ficar ao leme Real Madrid sem ter tido qualquer experiência do género – leia-se, apenas tendo estado no banco ou como adjunto dos «merengues» ou como técnico da equipa B. Frente ao Deportivo, o Real de Zidane estreou-se com uma mão cheia de golos: 5-0. Esta foi a melhor estreia de um treinador pelo Real Madrid em 57 anos. Desde 1959 – quando a equipa de Manuel Fleitas Solich goleou o Bétis por 7-1 – que não havia um primeiro um resultado tão bom para o técnico estreante. Como se diz na gíria, são apenas três pontos e os resultados que se seguem farão a regra. Por enquanto, foi este o augúrio que ficou.



Bale domina Espanha de cabeça
Na vitória de 5-0 do Real Madrid sobre o Deportivo, Gareth Bale foi o jogador em maior evidência, pois marcou por três vezes. Mas se o hat-trick é o que mais sobressai de forma concreta e pontual a respeito deste jogo, há outra variante que se destaca de forma estrutural. O galês marcou o quarto tri da carreira (o segundo pelo Real). É, com 12 golos, apenas o quinto melhor marcador da liga espanhola – arás de Ronaldo e Bemzema (14) e de Suárez e Neymar /15). Mas, a marcar de cabeça, Bale não dá hipóteses à concorrência e é o melhor concretizador (de longe) em La Liga. O avançado do Real Madrid, com os dois golos frente ao Depor já vai em seis golos de cabeça neste campeonato (o dobro do número que lhe sucede). E com uma percentagem de acerto nos remates (13) de quase 50%

Ronaldo 0 – Messi 3 nas vésperas da Bola de Ouro
A eleição do melhor jogador do mundo no ano que terminou é um dos dias mais aguardados do calendário futebolístico. Esta segunda-feira haverá um novo melhor de todos. Ou será o mesmo? A revelação está marcada para esta segunda-feira em Zurique. Então saberá se o favoritismo que tem sido dado a Lionel Messi se confirma, se Cristiano Ronaldo mantém o troféu, ou se Neymar Jr. surpreende o que a opinião maioritária já prevê (mas) apenas para próximas edições. No fim de semana que antecede a revelação, Messi ficou a ganhar ao português. Ronaldo viu a estreia de Zidane com cinco golos e ser Bale a marcar três, enquanto ele ficou por uma assistência (e uma insistência no último golo). Faz parte do jogo; não se marca em todos. Mas, antes de mais uma consagração, Messi chega a Zurique com três golos marcados no fim de semana numa também folgada vitória do Barcelona que deu a liderança no sábado até o At. Madrid a recuperar neste domingo.




Gary Neville já tem uma mão cheia de maus resultados
Numa altura da época em que as competições pela Europa são afetadas pela extração do ano, não estranha que muitos factos e figuras se concentrem na mesma região. Mas Gary Neville também está a fazer por isso, pela negativa. Em cinco jogos para a liga espanhola, o treinador que substituiu Nuno Espírito Santo no Valencia ainda não conseguiu ganhar nem um. São três empates (um com o Real Madrid) e duas derrotas – uma delas neste domingo, em casa da Real Sociedad. Nuno deixou o Valencia no nono lugar da classificação. A equipa de Neville está agora na 11ª posição. E são 5-8 entre golos marcados e sofridos em cinco jogos. O chicote estalou, mas ainda não se fez ouvir.

Não se via um Nápoles assim desde Maradona
Virando as atenções para Itália, os números assim o confirmam: o Nápoles já não dobrava a Serie A para a segunda volta como líder da Serie A desde a época 1988/89, quando tinha no plantel Diego Armando Maradona. E, nessa época, a equipa napolitana ganhou o título de campeão italiano. Será que o tetracampeão Juventus tem uma palavra a dizer? Parece que sim, como já se acrescentará. Por Nápoles, a altura é de festejar com a conquista da liderança nesta jornada – à custa do Inter, como também já se falará – fruto de uma goleada de 5-1 que coloca a equipa de Maurizio Sarri com o melhor ataque da Serie A: 38 golos (a Fiorentina tem 37). Ficou para o final este primeiro capítulo italiano, mas, claro, não ficou esquecido. Gonzalo Higuaín é o argentino do momento em Nápoles, pois muito dessa liderança tem o seu dedo. São 18 os golos que o avançado já marcou no campeonato (em 19 jogos); sendo que o segundo melhor marcador em Itália (Éder Martins) tem 11.
 




Um incómodo chamado Sassuolo que a Juve também conhece
O sexto classificado do campeonato italiano foi a Milão vencer o Inter, que era líder à entrada para esta 19ª jornada da Serie A. Com a derrota dos milaneses e o triunfo (como já se descreveu) do Nápoles, estes agarraram o comando. O Inter caiu para o segundo lugar, mas não está sozinho. Ao seu lado está a Juventus, o tetracampeão que teve um início de liga muito mau em resultados, mas que, de ronda em ronda tem vindo a ganhar posições à custa de várias trocas de liderança – que já passaram por, além dos citados, Roma ou Fiorentina. A Juve chega-se à frente. Já são nove as vitórias consecutivas no campeonato que já deixam a equipa de Massimiliano Allegri a par do Inter no segundo lugar e a dois pontos do Nápoles – apenas mais uma vitória. Só fica por dizer que, a última perdeu que a Juventus perdeu pontos na liga foi... em casa do Sassuolo, onde foi derrotada.

P.S. 1: Marco Silva
Indo para outros pontos da Europa, já não é a primeira vez (nem a segunda...) que Marco Silva é merecedor de destaque por um recorde batido com o Olympiacos. Pois o português voltou a fazê-lo. E, desta vez, é mesmo uma marca absoluta: 17 vitórias consecutivas no campeonato grego.

P.S. 2: Diego Costa
O avançado espanhol está a voltar aos golos. Nos três jogos que fez sob a orientação de Guus Hiddink, Diego Costa marcou quatro golos. É a sua resposta à saída de José Mourinho? Se ficou com contas para prestar está a fazer por pagar em campo.