O treinador do Farense, Jorge Costa, em declarações após o empate 1-1 com o Santa Clara, da jornada 17 da Liga 2020/21. O técnico está de volta ao futebol português e estreou-se no comando do último classificado.

«Vi um jogo com duas partes, não sei se distintas. Vi um Farense pressionante na primeira parte, com qualidade de jogo, a criar oportunidades e a fazer dois golos, mas só um validado. Vi um Farense, nos primeiros 15/20 minutos da segunda parte, expectável e ao contrário do que queria, porque não é fácil a situação atual na tabela. Ansioso e sem controlar o jogo com bola. O Santa Clara foi mais acutilante e criou-nos dificuldades. Nos últimos 15 minutos, o Farense voltou a ser mais agressivo e pressionante e criou várias oportunidades de golo. O resultado podia ter dado para um lado ou para o outro, sim. Mas contabilizando as oportunidades de golo claras, a haver um vencedor seria o Farense.»

«O que pedi aos jogadores? Acontecesse o que acontecesse hoje, a minha responsabilidade seria curta. Estive 24 horas com os jogadores antes do jogo. Houve algumas mudanças. Mas se acontecesse uma vitória, a grande parte do mérito seria dos jogadores e do meu antecessor. Não irei falar do passado. Tenho a minha ideia, acompanhei o campeonato português e não me surpreendeu a forma como o Farense jogou, surpreende-me o lugar que o Farense ocupa na tabela. Temos jogadores e qualidade para fazer um campeonato mais tranquilo. Têm de se mudar algumas coisas. O meu primeiro grande objetivo é mudar a cabeça dos jogadores. E se eu já tinha certezas, hoje confirmei-as, porque fizemos uma primeira parte boa. Ao intervalo, há o ‘desligar’, esses 15 minutos fizeram mal e os jogadores começaram a pensar na importância dos três pontos e perderam confiança. Depois do empate, voltámos a ser melhores. O meu grande objetivo imediato é devolver a confiança à equipa. Sei que não é fácil, a confiança vem com os resultados, mas temos qualidade. Temos jogadores, estrutura e belíssimas condições de trabalho e estou convencidíssimo de que, no final, a nossa classificação será completamente diferente da atual.»

Sobre o regresso a Portugal

 «Ando há muito tempo fora. Já tive oportunidade de voltar, mas nesta fase que infelizmente estamos todos a viver isto toca-me muito, porque quero estar perto dos meus. Não é uma fase fácil, os meus pais estão com idade muito avançada e não consigo estar distante e estar tranquilo, porque quero estar próximo dos meus. Mas já quero isso há um ano. Entretanto, não surgiu nenhum projeto que me agradasse. Sinceramente, tive três convites muito agradáveis que não aceitei e quando me ligaram do Farense não pensei duas vezes. É a oportunidade de voltar ao país, estar perto dos meus, servir um clube histórico e voltar a uma região em que já fui muito feliz e espero voltar a ser. Sei que ocupo um lugar invejado por muitos colegas meus.»

Rescisão com Gaz Metan

«Foi fácil, foi doloroso, mas foi de forma honesta. A minha relação com o antigo presidente era de amizade. Sempre tivemos uma belíssima relação e nunca lhe escondi a minha vontade de regressar a Portugal. Quando apareceu esta oportunidade, falei de forma honesta e ele percebeu. Hei de lhe ficar eternamente grato.».