Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em declarações aos jornalistas após a derrota com o Sporting em Alvalade por 2-0:

[Análise ao clássico]

«O jogo ficou mais difícil a partir da expulsão do Pepe. Nos primeiros 15 minutos num ou noutro momento não fizemos aquilo que estava trabalhado, principalmente em zona defensiva. Tínhamos de ser mais pressionantes. Agarrámos no jogo depois do golo do Sporting, estivemos muitas vezes no meio-campo ofensivo.

Iniciámos a segunda parte por cima, mas a expulsão dificultou a nossa tarefa. Mesmo assim não baixámos os braços, não nos remetemos ao nosso terço defensivo. Acreditávamos que se fizéssemos o golo podíamos reabrir o jogo, mesmo com menos um e correndo o risco de o Sporting sair com perigo para a nossa baliza. Mas não abdico dessa coragem em campo. Em maio faremos as contas.

Senti que mesmo com dez entrávamos com alguma facilidade dentro da equipa do Sporting e criávamos. Lembro-me do lance do Evanilson e de outro do Fran [Navarro]. Definimos mal e houve um ou outro momento do jogo em que estávamos numa situação privilegiada para atacar a baliza do adversário e perdíamos a bola de forma precipitada e o Sporting aproveitou. Os lances de ataque rápido foram através de perdas de bola da nossa parte que não costumam acontecer.

Todos os anos que defronto o Sporting, neste, com 11 para 11, não digo que ganhávamos, mas íamos criar muitas dificuldades ao Sporting, não tenho dúvidas disso.»

[O que leva do jogo?]

«Há coisas a corrigir, a trabalhar e evoluir. Mas a questão da coragem e da ambição e de perceberem que até ao fim do jogo há a possibilidade de reabrir o jogo com um golo. Isso faz parte da nossa identidade e nunca abdicamos disso. Levo também dois golos sofridos, duas horas em que jogámos com menos um jogador contra os dois rivais que estão à nossa frente. Na Luz e em Alvalade. Façam as contas. Jogámos duas horas com menos uma unidade em campo frente a Benfica e Sporting. Fomos corajosos. Estamos aqui para dar muita luta e em maio faremos as contas.»

[Zaidu como central, Galeno à esquerda. Acabou por corrigir…]

«Não corrigi nada! Alterei. Vocês não veem os treinos, mas trabalhamos diferentes situações na linha defensiva, setor intermedio e na frente. O que o Zaidu me dava como central naquele momento para ter a verticalidade do Galeno e não abdicar do Evanilson. O Pepê também é um jogador que acelera e estávamos com menos um jogador e era importante deixá-lo até ao momento em que achei que tinha de trocar. Mas não corrigi nada. Fui alterando consoante o que o jogo me ia dando.»