Iván Marcano, numa longa entrevista ao Porto Canal, destaca Ricardo Carvalho como uma das suas principais referências, mas recusa comparações com o antigo internacional português. O atual capitão do FC Porto fala ainda dos poucos amarelos que vê dos golos que tem marcado esta época.

A referência a Ricardo Carvalho foi feita a propósito do recente elogio do presidente Jorge Nuno Pinto da Costa que qualificou Marcano e Felipe como uma das melhores duplas de centrais da história do FC Porto. «É uma honra. Há que ser humilde, o FC Porto tem uma grande história, teve centrais muito grandes, não posso falar de todos, mas há o Ricardo Carvalho, que é provavelmente o central que mais admiro, não só do FC Porto, mas de todo o mundo», destacou o defesa espanhol.

Ricardo Carvalho, como Marcano, destacou-se pelos poucos cartões que viu ao longo da carreira. «Não quero comparações. A verdade é que não nos estão a criar muitas ocasiões no jogo corrido e é certo que nos podem causar mais danos nas bolas paradas, com livres perto da área, por isso é importante que as faltam sejam feitas mais à frente no terreno. Temos que tentar fazer poucas faltas cá atrás», comentou.

Aliás, o primeiro amarelo de Marcano esta época foi no Dragão frente ao Desp. Chaves, por protestos. «É algo bastante familiar. O meu pai, desde que eu era muito pequeno, era muito chato em algumas coisas. Sempre fui humilde, ele sempre me dizia que tinha de respeitar os árbitros, que eles estão a fazer o seu trabalho, sempre a pôr-me essas coisas na cabeça, desde pequeno. De facto, foi o primeiro amarelo que vi por protestar. Pensei logo no meu pai, que ele me estava a ver e a pensar: não, isto não pode ser. São coisas que acontecem».

Um central que vê poucos amarelos e que marca golos. Já foram cinco esta época, mas um mais especial do que os outros. «Esta temporada, de todos os que marquei, creio que o do Rio Ave foi o mais importante. O Benfica estava em vantagem, ajudou-nos com dinâmica positiva», referiu.

Marcano, além da posição de destaque no eixo da defesa, tem sido o capitão do FC Porto, à frente de Herrera, André André e Rúben Neves, os «herdeiros» da braçadeira de Helton. «É um orgulho enorme, num clube tão importante. É algo grande, mas não há distinções no grupo. Somos todos muito unidos, todos temos grau de importância grande, está-se a notar. Quando as coisas correm bem, fala-se do grupo, é bom, mas há que revitalizar», destacou ainda.