O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, manifestou «grande solidariedade» com Ricardo Quaresma, a propósito da situação do final do jogo com o Nacional, em que o jogador ficou de cabeça perdida.

Mal o árbitro apitou pela última vez, o extremo do FC Porto envolveu-se numa troca de palavras com Gomaa e Marçal. A discussão, originada por uma entrada mais dura do egípcio e por anteriores faltas de Marçal, poderia ter evoluído para algo mais grave se diversos elementos do FC Porto não tivessem entrado em campo para segurar Ricardo Quaresma.

«Sou contra todo e qualquer ato racista e sei o que levou o Quaresma a momentaneamente ficar muito exaltado. Qualquer um ficaria, nas mesmas condições. Tive o cuidado de ver pela televisão, que acompanhou sempre o Quaresma, e de verificar que ele não agrediu ninguém e apenas quis responder a quem o insultou e portanto dou aqui a minha solidariedade ao Ricardo Quaresma. Ele tem é de aprender que há gente no futebol que é indigna de lá estar e tenta perturbar o adversário com insultos dos mais soezes», afirmou o dirigente em declarações ao Porto Canal.

«Quem o insultou, se calhar não voltaria a fazê-lo e estará arrependido. Das melhores coisas da UEFA é o combate ao racismo e, perante tudo o que se passou, é estranho que não haja uma palavra, apenas quem tente afastá-lo da seleção», frisou.

«Se não querem que vá à seleção, ele não está preocupado. Só se preocupa em trabalhar dia a dia e justificar a aposta do FC Porto. Se calhar vai ter lugar no grupo dos amigos do Zidane...», ironizou.

Aos que têm atacado, o presidente recordou a agressão de João Vieira Pinto a um árbitro no Mundial2002 – «curiosamente, hoje é uma das imagens da federação, um dos responsáveis, um dos que andam no meio dos jogadores, se calhar para servir de exemplo» – bem como «atitudes do selecionador nacional» que, segundo o dirigente, «deveriam fazer as pessoas refletir, pelo cargo que ocupa».