O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, apontou ao contexto de cada situação para responder sobre a solidez da equipa no passado recente, marcado por dois empates caseiros consecutivos para o campeonato, ante o Gil Vicente e o Sporting, este precisamente o adversário de quarta-feira, em Alvalade, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal.

Conceição recuperou o tema do tempo útil de jogo para falar, sobretudo, do caso do último empate caseiro, ante os barcelenses, no qual o FC Porto esteve a jogar em superioridade numérica praticamente durante os 90 minutos, fruto da expulsão de Vítor Carvalho ao minuto dois. De resto, os dragões já tinham estado na mesma situação ante o Sporting, devido à expulsão de Coates, no início da segunda parte.

«Também temos de ver o contexto e vou-me alongar: a equipa adversária ficar em inferioridade numérica não tem que ver exatamente com o que será o sucesso da equipa adversária. Olhamos para o que se passou ainda neste último jogo [ndr: com o Gil Vicente]: nós empatámos aos 66 minutos. E eu falei no tempo útil de jogo. Aliás, levei um amarelo no final do jogo, porque fui dizer como é que era possível oito minutos [ndr: de compensação]. Houve um problema com o auricular do árbitro aos 70 minutos, passado cinco a seis minutos foi interrompido o jogo. Recomeçou e parou logo porque estava um jogador fora do relvado. E depois uma situação com o Mbemba. Dos 70 aos 82 minutos sabem quanto se jogou? Um minuto e meio. Não se jogaram quase nove minutos, só naquele período. Eu sabia. Está-se ali, vê-se, há adjuntos que têm o cronómetro. Percebemos isso», começou por dizer Conceição, criticando a falta de mais tempo útil de jogo.

«Obviamente que jogar com mais um jogador é melhor, mas temos de olhar para as situações dentro do seu contexto e não de uma forma básica. Temos quatro empates na liga, não devíamos ter nenhum, tenho de melhorar, eu e os jogadores. Tínhamos de ter só vitórias. Na Liga dos Campeões estivemos duas vezes nos quartos de final e uma vez nos oitavos e devíamos ter chegado à final. É melhorar... Estamos aqui para isso, para trabalhar. É isto», concluiu.

Imediatamente antes, Conceição abordara também o processo defensivo da equipa, igualmente a propósito desses dois empates: 2-2 com o Sporting e o 1-1 com o Gil.

«Quando se quer pressionar alto e defender como nós o fazemos, claramente que existe mais espaço nas nossas costas e ficamos mais expostos. Não é preciso um curso de treinador para se perceber isso. Nos dois jogos houve momentos em que, por vezes, basta um jogador não cumprir com o planeado para que se desmonte essa forma de defender e permitirmos ao adversário, poucas vezes é verdade, mas chegar algumas vezes à baliza, mais do que as que nós queríamos. Neste caso foram três golos, dois com o Sporting e um com o Gil. São situações que identificamos, trabalhamos e retificamos», analisou.

O Sporting-FC Porto tem início às 20h45 de quarta-feira, em Alvalade, num jogo que pode seguir, ao minuto, no Maisfutebol.