«Desde o primeiro dia via-se que era um bom treinador.» «Ele já era o que é hoje. Uma pessoa directa, com bom carácter e que tem uma grande vontade de vencer.» Tanto Miguel Pedro como Cris só têm boas coisas para contar ao Maisfutebol sobre Domingos Paciência. Os dois atletas, agora no Feirense, vão reencontrar o treinador que os orientou na Académica entre 2007 e 2009.

Domingos chegou em Setembro de 2007, sucedendo a Manuel Machado na Briosa após três jornadas. Na primeira época, alcançou um 12º lugar. Na segunda, atingiu a melhor classificação da Académica desde 1984/1985, com um sétimo lugar. Para os jogadores, ele teve uma grande responsabilidade neste sucesso.

«Na segunda época, sabia qual era a melhor forma de nós jogarmos. Incutiu um espírito vencedor e transmitiu-nos a sua vontade de ganhar. Com ele também estudávamos muito as equipas adversárias. Isso tudo fez a diferença», lembra Cris.

A «família» que fazia karting

A diferença também se fez fora do campo. Para Cris, a Académica era «uma família». «Domingos incutia um espírito de grupo muito importante. Faziam-se muitas brincadeiras, muitas coisas extra-futebol , como almoços de aniversários ou corridas de karting», recorda.

O defesa admite que Domingos teve um papel fundamental no seu crescimento como jogador : «Aprendi muito em termos tácticos. Com ele, tínhamos uma mentalidade forte, cada jogador era motivado para treinar.» O companheiro Miguel Pedro também concorda : «Ele apoiou-me muito».

Cris : «Sempre foi muito ambicioso»

Domingo, o reencontro será especial, apesar de os dois jogadores já terem defrontado Domingos. Ironia do destino, quem apadrinhou a sua estreia no banco do Braga foi¿ a Académica. Entretanto, as carreiras dos três protagonistas divergiram antes de voltarem a cruzar-se. Miguel Pedro e Cris saíram de Portugal. Domingos fez história no Minho. O seu percurso não admira os ex-pupilos.

«Já dava para ver nos tempos da Académica que era muito bom», diz Miguel Pedro. «Sempre foi muito ambicioso. Sabia-se que mais cedo ou mais tarde iria chegar a um clube grande», acrescenta Cris.

Conhecer Domingos pode ser trunfo

De certeza, Cris irá recordar os bons tempos com o ex-mister. «Mas também com o professor Miguel Cardoso e com o Sérgio Vieira, o observador da equipa», acrescenta. «Ainda falei com ele quando fomos jogar a Braga (foi no passado domingo)». E com o Domingos? «Já há muito tempo. A última vez foi antes da final da Liga Europa», diz.

A propósito, vão os dois colegas ajudar o clube por conhecer os métodos de trabalho de Domingos ? Eles discordam. Cris: «Tenho algum conhecimento da sua maneira de funcionar. Talvez algumas coisas tenham mudado, mas a maioria deve ser igual.» Miguel Pedro: «Ele é imprevisível. Com ele, nunca se saberá a táctica.» A única certeza será o abraço que os dois jogadores irão dar ao ex-treinador no fim do jogo.