Lar, doce lar. O Feirense garantiu a segunda vitória consecutiva no regresso ao seu recinto. Quim Machado reencontrou o espaço certo para apresentar um futebol positivo que merece espaço no escalão principal. A equipa de Santa Maria da Feira chega a meio da tabela com um bis de Bedi Buval, nome para seguir com atenção. A U. Leiria pouco fez para evitar o desaire (2-1).

O cenário do renovado Estádio Marcolino de Castro parecia à medida de uma segunda divisão. Contudo, torna-se necessário elogiar o sacrifício do clube feirense e a capacidade para transformar um recinto diminuto num palco com o conforto necessário.

O público local deveria ter respondido à chamada em maior número. Ainda assim, os ruidosos adeptos do Feirense fizeram a festa e empurram a equipa para cima do adversário. A U. Leiria continua a padecer do mesmo mal: teve sete adeptos, sim sete, nas bancadas.

Quim Machado e Manuel Cajuda apostaram em esquemas semelhantes, 4x2x3x1 com segurança no sector intermediário e liberdade para os elementos mais criativos. O técnico visitante decidiu apostar em dois médios para o eixo da defesa, abrindo aí espaços para o inspirado Bedi Buval.

Em francês nos entendemos

Após um par de ameaças, o Feirense acabou por ver premida a insistência. O luso-francês Ludovic surgiu na direita para cruzar e Buval, sem marcação, cabeceou de cima para baixo, desfazendo o nulo.

Com 22 minutos de jogo, a União de Leiria via-se em desvantagem e demonstrava poucos argumentos para contrariar essa realidade. Faltava uma referência ofensiva para transmitir um sinal positivo à equipa.

Djaniny Semedo esteve pouco inspirado mas reclamou, ainda assim, um castigo máximo. Com razão, parece-nos. Pedro Queirós terá derrubado o avançado, com Luciano também por perto, ainda na primeira parte. Lucílio Baptista nada assinalou.

Na etapa complementar, o Feirense continua a demonstrar um futebol alegre e ofensivo. Nem sempre chega aos resultados desejados mas joga sem complexos de inferioridade e merece ter alguma felicidade no escalão principal.

Para sofrer até ao fim

Com uma equipa preenchida por jovens talentos portugueses, Quim Machado sorriu com a aposta no desempregado Bedi Buval. O francês, com um currículo interessante, começou a jogar apenas em Novembro mas está a correr atrás do tempo perdido.

Em quatro jogos oficiais, o antigo avançado do Bolton apontou igual número de golos. O quarto chegou já na segunda metade, numa conclusão na pequena área após remate de Diogo Rosado. Posição duvidosa.

O jogo parecia resolvido até Manuel Cajuda lançar Bruno Moraes. Por fim, a U. Leiria tinha um verdadeiro homem de área. Sem muito fazer por isso, acabou por recuperar algumas esperanças. Ao minuto 70, após uma bomba de Manuel Curto, Paulo Lopes defendeu para a frente e Moraes fez a recarga certeira.

O Feirense podia tremer e recuar mas não o fez. Bem pelo contrário. Continuou por cima do adversário, sem medo, com um futebol extremamente positivo. Algo ingénuo, até, mas com uma atitude louvável. Por isso mesmo, o 3-1 esteve mais perto que o empate. No fim, os pontos ficaram para quem fez por os merecer.