Começámos pela má notícia: no primeiro a eliminar (e parte da explicação pode estar aÍ), Portugal realizou a sua exibição mais fraca no Mundial sub-20. Agora a boa notícia: ainda assim a seleção orientada por Hélio Sousa superou a Nova Zelândia e garantiu a passagem aos quartos de final, graças a um grande golo de Gelson Martins.

FILME DO JOGO
 
A equipa das quinas terá agora três dias para corrigir alguns aspetos e recuperar o nível exibicional apresentado anteriormente, até porque o próximo obstáculo será, seguramente, mais exigente.
 
Anfitriã da prova, a Nova Zelândia mostrou uma boa organização e muito entusiasmo, mas pouco mais do que isso. E também algum atrevimento, vá, sobretudo nos instantes iniciais da partida, em que se viu claramente a intenção de surpreender logo a abrir. E mais do que não seja essa estratégia «arrancou» um cartão amarelo a Domingos Duarte logo aos vinte segundos.
 
Superioridade comprovada gradualmente
 
Portugal começou depois a assumir o controlo do jogo, e o primeiro lance de perigo surge ao minuto 11, com um cruzamento de Rony que cruza a baliza bem perto da barra. Seis minutos depois o jogador do Manchester City cobrou um canto na direita e João Nunes amorteceu ao segundo poste, para o desvio de calcanhar de Podstawski, intercetado por um defesa.

DESTAQUES DO JOGO
 
Cada vez mais solto neste Mundial (embora ainda distante do que pode fazer), Rony estava em todos os lances de perigo portugueses, nesta altura. Ao minuto 22 o camisola 10 de Portugal ficou a centímetros do golo, num remate cruzado já no interior da área.
 
Foi o aviso para o que se seguiria: o golo de Portugal. Rafa tocou para Raphael Guzzo na área e o médio desviou do adversário direito e rematou em jeito, para o fundo da baliza (24m).
 
Magia depois da surpresa
 
A Nova Zelândia tentou reagir, mas sem incomodar André Moreira, e Portugal também nunca deixou de tirar as medidas à baliza de Tzanev.
 
A questão é que, embora chegasse com relativa facilidade à zona de finalização, a equipa das quinas também não definia bem as jogadas. Remata bastante, mas sem grande perigo.
 
Essa tendência transitou também para a segunda parte, mesmo perante duas tentativas de Guzzo logo a abrir, idênticas ao lance do golo inaugural, e um bom trabalho de Rony à entrada da área, para defesa de Tzanev.
 
Por esta altura o domínio de Portugal voltava a ser intenso, e a Nova Zelândia limitava-se a tentar manter-se no jogo. André Silva dispôs de soberana ocasião ao minuto 62 mas cabeceou por cima, depois de Guzzo ter amortecido.
 
A equipa das quinas não conseguia «sentenciar» o jogo, e como é normal colocava-se a jeito para uma surpresa. Foi o que aconteceu ao minuto 65, quando o recém-entrado Holthusen fez o empate, na sequência de uma jogada muito confusa na área lusa.
 
Hélio Sousa trocou o apagado Gonçalo Guedes por Ivo Rodrigues, que até tentou logo a sua sorte, mas o golo sofrido gerou alguma instabilidade. Percebendo isso mesmo, o selecionador optou depois por lançar Estrela para o lugar de Guzzo, que já estava em quebra física, e a equipa estabilizou um pouco.
 
Acabaria por ser um lance individual a garantir o apuramento. Um grande golo de Gelson Martins, que tirou dois adversários da frente com fintas de corpo e depois atirou de trivela para o fundo da baliza. O momento alto de uma exibição cinzenta, mas ainda assim suficiente para alimentar o sonho. Portugal continua na luta pelo título mundial.