O nadador holandês Pieter Van den Hoogenband é uma das figuras-sensação dos Jogos Olímpicos de Sydney. O jovem de 22 anos que começou por roubar a coroa a Ian Thorpe na final de 200 metros livres terminou hoje a impedir Alexander Popov de conquistar o terceiro ouro consecutivo na final de 100 metros livres. 

Se no primeiro dia em que bateu o recorde olímpico dos 200 metros livres, muitos podiam colocar a hipótese de ser um dia de inspiração para o atleta do PSV Eindhoven, essa ideia ficou totalmente posta de lado, quando dia após dia o nadador foi confirmando os seus créditos.  

Até ao momento a soma é a mais positiva de sempre para a natação holandesa - com Van en Hoogenband, que já conseguiu bater dois recordes olímpicos nas distâncias de 100 e 200 metros livres, conquistou as duas respectivas medalhas de ouro e uma medalha de bronze na prova masculina de 4X200 metros livres, a que se juntam às conquistas femininas de Inge de Bruin (ouro nos 100 metros livres) e a um 2º lugar nos 4X100 metros livres.  

Hoogenband já é considerado o nadador mais rápido do mundo. E de facto, nenhum dos seus adversários tem conseguido contrariar as suas possantes braçadas. O australiano Ian Thorpe deixou de brilhar a partir do momento em que o jovem holandês de 22 anos entrou em acção e o russo Alexander Popov, uma das lendas-vivas da natação, resignou-se ao segundo plano.  

Também o australiano Michael Klim viu fugir-lhe o recorde da prova mais prestigiante da natação, os 100 metros livres, quando o holandês de 1,90 m tocou na parede da piscina olímpica com o tempo de 47.84. Desde Mark Spitz, em 1972, que ninguém conquistava as duas medalhas de 100 m e 200 m livres nuns Jogos Olímpicos. 

Mas Hoogenbad não é propriamente um desconhecido no mundo da natação. Depois do 4º lugar nos Jogos de Atlanta'96 nos 100 e 200 metros livres, em 1999, nos Campeonatos Europeus em Instambul, o mais promissor nadador holandês (dez vezes campeão nacional) deu o primeiro aviso ao bater Popov nos 100 metros livres. Nos 4x200 metros livres bateu o recorde mundial que estava há nove anos na posse do italiano Giorgio Lamberti,mas a sua equipa acabou por ser desqualificada devido a uma falta cometida no bloco pelo colega Martyn Zuidweg.  

Na altura, Hoogenband não esmoreceu: «Foi azar, mas não é o fim do mundo. É preferível acontecer agora, que nos Jogos Olímpicos de Sydney».

 
Os excelentes resultados obtidos em Sydney comprovaram que o optimismo do nadador tinha razão de ser. Mas nem mesmo o holandês estava à espera de tal façanha. «Ainda estou a sonhar. É inacreditável uma segunda medalha de ouro. Antes dos Jogos só ambicionava uma medalha e agora tenho duas de ouro e uma de bronze na prova de estafetas. Estou muito feliz». 

E a história ainda não acabou aqui. Hoogenband vai nadar os 50 m livres, o reino por excelência de Popov. Como vai acabar?