O fim de semana de futebol internacional teve um clássico de Espanha com final previsível, teve mais uma jornada incrível em Inglaterra e uma ronda intensa em Itália. Teve o Mónaco a aumentar os seus números fantásticos e mantém duas equipas invictas na Alemanha, entre apenas três nas Ligas europeias, agora que o Benfica deixou de constar na lista. E teve, por todo o mundo, homenagens em campo à Chapecoense. 

Este é um resumo do que fica da ronda e começa pela Premier League. Como não adorar? Grandes jogos todas as semanas, mesmo quando não se fazem anunciar. Houve, claro, o Manchester City-Chelsea, um tira-teimas que confirmou os «Blues» como a melhor equipa do momento em Inglaterra, oito vitórias seguidas. Mas houve também o inacreditável Bournemouth-Liverpool. O jogo que os Reds venciam por 3-1 aos 75 minutos e acabaram a perder por 4-3!

Não é a primeira vez que o Liverpool de Klopp deixa fugir uma vantagem e no final o treinador alemão admitiu que a equipa deixou o Bournemouth crescer, mas não perdeu o humor. «É uma bela história, é pena que estejamos do lado errado dela.»

O Liverpool cedeu agora o segundo lugar ao Arsenal, que goleou na visita ao West Ham (5-1), num jogo de sonho para um grande jogador: Alexis Sanchez, três golos e mais uma grande exibição do chileno.

Mourinho, pior que Moyes

E depois o domingo terminou com o Manchester United em Liverpool, na visita ao Everton. Um golo para ver e rever de Ibrahimovic ia dando vantagem à equipa de José Mourinho, até entrar Fellaini. O belga saiu do banco a cinco minutos do fim e cometeu um penálti que Baines converteu, para igualar o jogo. Mourinho, depois de mais um empate, já perdeu a paciência, pelo menos para os jornalistas, quando o questionaram sobre a entrada de Fellaini. «Pensei que percebiam mais de futebol», atirou na sala de imprensa, explicando que foi para responder ao jogo direto do Everton: «Se temos no banco um jogador de dois metros pomos esse jogador à frente da linha defensiva para ajudar a equipa a vencer o jogo.»

O United de José Mourinho tem 21 pontos, o pior registo dos «red devils» desde a saída de Alex Ferguson. Com David Moyes tinha 22 por esta altura e com Van Gaal 25. São 13 os pontos que separam nesta altura o United da liderança, e nesta altura se ainda quer sonhar com o título, coisa que já começava a descartar antes do Everton e reforçou depois, Mourinho tem mesmo de fazer algo inédito, nunca uma equipa recuperou desta desvantagem para ser campeã em Inglaterra.

Ramos, Clásico

Adiante, para Espanha. O Barcelona-Real Madrid, que se anunciava como o grande jogo do fim de semana, acabou por ter um guião clássico. O Real salvo ao bater do gongo por Sérgio Ramos. Incrível como ele voltou a fazê-lo outra vez.

É o terceiro grande jogo em que Ramos aparece no final para salvar a pátria. Desde, claro, o golo dos golos, nos descontos da final do Estádio da Luz frente ao At. Madrid, quando apontou o 1-1, que forçou o prolongamento e virou o jogo a favor dos merengues até à conquista da décima Taça dos Campeões Europeus.

Depois de novo este verão, em Trondheim, na decisão da Supertaça Europeia. Outra vez aos 90 mais três minutos, o Sevilha vencia por 2-1 e a cabeça de Sérgio Ramos apareceu para empatar o jogo. O Real deu a volta e ganhou.

E agora no Camp Nou, em cima do minuto 90. Um livre batido por Modric, ele que também já tinha feito a assistência para Ramos em Lisboa, o central a saltar na área e o Real a segurar os seis pontos de vantagem na liderança. Além do registo de 33 jogos sem perder, já lá vão oito meses. Falta um para o Real de Zidane bater o recorde do Real Madrid, 34 jogos invicto.

Bem podem Gareth Bale e companhia saudar Sérgio Ramos.

Nenhum dos cinco primeiros venceu nesta ronda. O Sevilha, que estava em igualdade com o Barcelona, abriu a jornada a perder na visita ao Granada, a seguir o Villarreal, quarto, ficou a zero com o Leganés e depois foi o At. Madrid a desperdiçar a oportunidade de se aproximar dos rivais, ficando também a zero frente ao Espanhol de Quique Flores.

No fim das contas, a Real Sociedad pode aproveitar para terminar a jornada na quarta posição, à frente dos «colchoneros», se vencer nesta segunda-feira o Deportivo da Corunha no jogo que encerra a 14ª ronda.

O domingo terminou com mais um golpe duro para o Valencia, que esteve a perder com o Malaga, deu a volta mas sofreu o empate no final. A equipa de Cancelo e Nani, nesta altura lesionado, não consegue descolar e mantém-se lá no fundo, dois pontos acima da linha de água.

O Leipzig e o duo de invictos na Alemanha

Na Alemanha passou mais uma jornada e o RB Leipzig sem vacilar. Venceu o Schalke e mantém três pontos de vantagem na frente, seguido pelo Bayern Munique, numa ronda em que todas as equipas da frente venceram. Incluindo o Hoffenheim, quarto, que se mantém como uma das três equipas invictas nas principais Ligas europeias. O Benfica estava nesta lista até sexta-feira, quando perdeu com o Marítimo, agora restam o Real Madrid, o Leipzig e o Hoffenheim.

O incrível Mónaco, o Nice seguro e o susto de Anthony

E por falar em recordistas, que dizer do Monaco? Mais cinco golos na vitória sobre o Bastia, a equipa de Leonardo Jardim tem uns astronómicos 49 golos marcados em 16 jornadas Ligue 1, média superior a três por jogo, a reforçar o estatuto de equipa mais goleadora da Europa. E no entanto não é líder, apesar de ter mais 19 golos do que o comandante Nice. 

A goleada do Monaco teve outra boa notícia. Falcao fez dois golos e mais uma assistência, o colombiano parece estar a renascer, depois de uma longa travessia do deserto.

O Monaco subiu ao segundo lugar, depois da derrota do PSG frente ao Montpellier. Está a três pontos do Nice, de Ricardo Pereira, que conseguiu uma vitória clara sobre o Toulouse a fechar a jornada. Seguro, a uma semana daquele que será seguramente um grande teste, a visita ao PSG no Parque dos Príncipes.

A ronda de França ficou marcada de resto pelos incidentes no Metz-Lyon, um petardo que atingiu o internacional português Anthony Lopes. Foi um enorme susto que, acredita o guarda-redes depois de fazer exames, não terá consequências de maior.

Itália, a Juve de volta e o dérbi quente

Em Itália a jornada adivinhava-se intensa e assim foi. Embora com vencedores claros. O Nápoles abriu com uma vitória clara sobre o Inter, que agoniza no 10º lugar, vencendo por 3-0 antes de ir à Luz para a decisão do apuramento na Liga dos Campeões frente ao Benfica. A Juventus vingou-se da derrota na ronda anterior e ganhou por 3-1 à surpreendente Atalanta e o dérbi da capital deu Roma. E foi quente. Strootman, que marcou o primeiro dos dois golos da Roma, atirou água a Cataldi, desencadeou confusão entre os dois lados e acabou expulso.

O domingo em Itália acabou de resto com muito moral para a Fiorentina de Paulo Sousa, um golo de Babacar nos descontos que garantiu a vitória sobre o Palermo e deixa a equipa do treinador português no oitavo lugar.

Aconteceu em Turim um dos momentos fortes do fim de semana na homenagem à Chapecoense e às vítimas do acidente aéreo que vitimou esta semana 71 pessoas, incluindo jogadores, dirigentes e equipa técnica do clube brasileiro. As luzes do estádio baixaram, quase apagadas, enquanto equipas e adeptos respeitavam um minuto de silêncio.

Imagens que se repetiram pelo mundo fora, e que pode recordar aqui.