Flávio Meireles, capitão do V. Guimarães, prepara-se para terminar a carreira no Jamor. O médio, de 34 anos, ainda não quer falar do futuro, nem tem fantasiado com o ambiente da mítica final, mas não esconde que irá ser difícil controlar as emoções no próximo domingo.

«Não tenho sonhado. É normal que haja algum tipo de diferença É a minha primeira final, um jogo especial. Não sei como vou reagir. Agora, é a concretização de um sonho. Sempre quis ver-me no Jamor. Domingo,vou poder sentir aquela atmosfera pelo clube do meu coração. Levantar a taça seria ouro sobre azul. Como tenho dormido? Bem, estou sozinho no quarto! Está tudo tranquilo [riso]», afirma o veterano.

O capitão vitoriano garante não ter ainda pensado na forma como irá comemorar um eventual triunfo, mas promete ter cuidado com a taça. «De certeza que não a deixarei cair. Mas são coisas que saem instintivamente. Espero é conseguir a vitória. Era uma prenda merecida para os adeptos por aquilo que sempre deram e dão ao clube. É para isso que lutamos, para dedicar-lhe a vitória. Já passaram 23 anos sobre a nossa última final. Muitos não chegaram a vê-la ao vivo.»

«Calendário favorável? Já fui eliminado por equipas menores...»

Flávio Meireles respondeu ainda àqueles que desvalorizaram o percurso da equipa, por ter, teoricamente, enfrentado um calendário favorável. «Essa força, e vontade de encarar todos jogos da mesma forma, proporcionou-nos uma final por mérito e total distinção, sem quaisquer dúvidas. Já fui eliminado por equipas de menor dimensão, por isso, teríamos ficado pelo caminho não fosse essa determinação.»

Elegendo as meias-finais com a Académica como o momento mais difícil da caminhada, «por tudo o que estava em jogo», o médio assume a vontade indómita da equipa em levar a taça para o Minho:

«Quero que o Vitória se apresente na máxima força. É essa a nossa confiança e motivação. Se estivermos a 100 por cento, com a sede que temos de conquistar aquele troféu, teremos todas a possibilidades de o conseguir. Este é o nosso jogo. O que está na nossa cabeça. Conquistar o que ainda não foi conquistado. Um Porto forte ou menos forte, tanto faz», assegura.

Quanto ao futuro, poucas palavras: «Quero estar domingo no Jamor e é isso que me consome diariamente. O que poderá vir a ser está em segundo plano. Acabar a carreira? Logo se verá... segunda-feira.»