Michael Schumacher ficará para a história como o primeiro, e até agora único, heptacampeão da Fórmula 1, mas quem recordar a carreira do alemão irá, certamente, lembrar o título de 1994 e o mundial de 1997. Nesses dois anos, o título de pilotos decidiu-se na última corrida do ano: Schumacher bateu Damon Hill no ano da morte de Ayrton Senna e foi ultrapassado por Jacques Villeneuve três anos depois. Sempre com polémica. Mas essas foram apenas duas das 24 vezes em que o troféu de pilotos se decidiu na última prova, tal como acontece este ano, no Grande Prémio do Brasil, que se disputa este fim-de-semana.
No total, apenas nove vezes o piloto que liderava a classificação na última prova deixou de ser campeão. Quando a discussão foi apenas entre dois, como sucede com Lewis Hamilton, inglês da McLaren, e Felipe Massa, brasileiro da Ferrari, a sorte só sorriu ao perseguidor em 1976 (James Hunt bateu Niki Lauda), 1997 (Villeneuve passou Schumacher) e 1999 (Mika Hakkinen foi melhor que Eddie Irvine). Para trás, ficaram 12 campeonatos discutidos a dois até ao fim, com a vitória a sorrir ao líder: a história, neste aspecto, está do lado de Hamilton.
Na luta a três, a história é diferente: quase sempre venceu quem estava a perseguir o líder do mundial. Em nove vezes que o título se disputou no derradeiro Grande Prémio, o líder perdeu seis. A última, como se sabe, foi na temporada passada, com Kimmi Raikkonen a aproveitar o «deslize» de Hamilton no Brasil.
Já o primeiro campeonato de Fórmula 1, em 1950, foi decidido assim, com três concorrentes a lutarem até ao último Grande Prémio pelo título mundial. Ganhou Nino Farina, deixando para trás Juan Manuel Fangio e Luigi Fagioli.