A final da Taça de Portugal vai estrear o vídeo-árbitro no futebol nacional e será o pontapé de saída na introdução da ferramenta que será utilizada em definitivo, mas ainda em fase de testes, na próxima temporada na Liga.

Benfica e Vitória Guimarães são os clubes que marcarão essa estreia em absoluto, já no dia 28 de maio.

Os dois clubes já receberam um esclarecimento sobre o tema e agora a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) esclareceu também os jornalistas sobre as funcionalidades do vídeo-árbitro. O mesmo acontecerá com as restantes equipas do campeonato.

A formação decorreu esta segunda-feira na Cidade do Futebol, em Oeiras, e foi dada pelo ex-árbitro e vice-presidente do Conselho de Arbitragem João Ferreira.

A reter: o vídeo-árbitro será apenas um auxiliar no trabalho do árbitro, que servirá para rever e identificar erros claros e situações factuais e terá «a mínima interferência com o máximo benefício».

A ferramenta do vídeo-árbitro auxiliará em quatro pontos-chave: todos os golos (se houve falta da equipa atacante no decorrer da jogada, se a bola saiu do terreno de jogo...), nas situações de grande penalidade (simulação ou clara situação, dentro ou fora...), na amostragem de cartão vermelho direto (situação potencial, possível agressão...) e na identificação errada (se identificou mal o jogador e advertiu outro num lance confuso).

O árbitro poderá recorrer sempre que tiver dúvidas e quando for alertado pelo vídeo-árbitro para alguma situação, não prejudicando a intensidade do jogo. Isto porque, e é de sublinhar, «95 por cento das decisões não necessitam de vídeo-árbitro».

O protocolo que a arbitragem portuguesa seguirá será o mesmo que toda a arbitragem, uma vez que é um documento único a nível internacional (www.theifab.com).

A tecnologia vai exigir mais um árbitro para cada jogo e novos meios. Haverá uma sala de operações na sede da FPF e, por vezes, um carro de exteriores que terá o mesmo papel. À disposição o juiz terá vários ecrãs: um com o jogo que os telespectadores estão a ver em tempo real, outro com uns segundos de atraso e outros com diferentes perspetivas, tal como acontece na régie do canal que transmite o encontro.

Sempre que o árbitro quiser recorrer ao vídeo-árbitro fará um sinal percetível (um rectângulo, alusivo ao ecrã de televisão) e mesmo em casa os telespetadores poderão ver a imagem que o árbitro utilizou para decidir o lance. Essa imagem será disponibilizada pela FPF no imediato ao canal de televisão que tem os direitos de transmissão do jogo, cabendo-lhe ao mesmo utilizá-la quando quiser: no momento ou mais tarde.

Os árbitros nacionais já estão preparados para esta introdução, que acredita a FPF «vai revolucionar» o futebol nacional e que já começou a ser utilizada noutras competições. O Mundial de Sub-20, que decorre até 11 de junho na Coreia do Sul, é um exemplo disso mesmo.