O primeiro balanço da greve geral da Função Pública indica «já uma adesão superior» à última paralisação em Julho, verificando-se muitos sectores paralisados e outros com uma adesão superior a 80 por cento, anunciou esta quinta-feira a Frente Comum em conferência de imprensa.

«A greve em termos gerais globais vai passar os 80 por cento e será talvez a maior greve da administração pública», afirmou Ana Avoila, à porta de um «centro regional extremamente importante, a Segurança Social do Areeiro, onde as secção estão vazias».

A coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública informou também que os «serviços da segurança social no Saldanha estão encerrados, bem como, o Arquivo de Identificação de Lisboa e muitas escolas de Lisboa, nomeadamente escola Rainha D. Amélia e Passos Manuel».

Os hospitais estão igualmente «já acima dos valores da greve de Julho, com uma adesão de mais de 90 por cento», por exemplo, o Hospital de S. José e Santa Maria, cujos Sserviços de urgência estão encerrados». As câmaras municipais deram «uma resposta estrondosa» à paralisação e os trabalhadores da recolha do lixo aderiram a 100 por cento em quase todas as autarquias, com excepção de Setúbal, Oeiras e Sintra, disse.

Ana Avoila constata assim que «os trabalhadores se mobilizaram» e pretendem dizer ao governo que «não vão parar e vão continuar a lutar».

O ministro de Estado e das Finanças afirmou-se, no entanto, tranquilo perante a greve da administração pública, declarando que a generalidade dos serviços está a funcionar e que não há sinais de grandes perturbações no país.

As palavras de Teixeira dos Santos foram proferidas na Assembleia da República, à entrada para o último dia de debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2007.

«Encaro a greve com a maior tranquilidade, respeitando o exercício desse direito legítimo por parte dos trabalhadores», comentou o membro do Governo, que tutela o sector da administração pública. Teixeira dos Santos acusou os sindicatos de «falta de abertura» perante as propostas de reforma feitas pelo executivo ao longo dos últimos meses. «Os sindicatos estão contra tudo aquilo que o Governo propôs», concluiu.