Uma das bandeiras do surpreendente vencedor das eleições intercalares da Liga foi a de regressar ao modelo de uma primeira divisão com 18 clubes. A discussão sobre a bondade da ideia fica para outra altura. Tem a vantagem de preencher condignamente o calendário, coisa que não sucede actualmente, e a desvantagem de trazer ainda mais estádios vazios para a vista de todos. Mas fica isto para mais tarde, então.

O certo é que, pelo que se viu no período pós-eleitoral, esta terá sido mesmo a pedra de toque da vitória, com gente convencida de que poderia ficar em último lugar do campeonato sem cair na divisão secundária. Mário Figueiredo afirmou a 18 de Janeiro à agência Lusa que este ano haverá descidas, sim senhor. Mas posteriormente pelo menos dois presidentes de clube vieram a público afirmar-se convictos do contrário.

Nada leva a crer que a medida, mesmo apregoada bem alto, tenha efeitos práticos já na próxima época. Ou seja: estou quase certo de que Mário Figueiredo não demorará a esclarecer de vez que 2012/2013 será a temporada de transição, com modelo a definir atempadamente, passando então as ligas profissionais a ter 18 clubes em 2013/2014.

Enquanto não o faz, vale a pena lembrar que não se devem mudar as regras a meio de uma competição. E que se isso, por absurdo, acontecesse, tal nunca poderia servir para premiar com a permanência quem fez pior o seu trabalho e por isso ficou nos dois últimos lugares.

Quando muito - se tivesse mesmo de ser - poderia beneficiar-se quem ficou em terceiro e em quarto na segunda liga. Um campeonato profissional sem descidas de divisão é que seria, no mínimo, uma anedota.

*Editor TVI

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