Tommasi

Esclarecido quando a luta no meio-campo deixava a bola indecisa, rápido da recuperação, preciso na entrega. Não hesitou em procurar as faixas, duvidando que a tentativa criaria superioridade atacante, e audível nos incentivos, que completava com gestos que os companheiros pareciam não entender. Pegou na braçadeira que Totti deixara caída no balneário e fingiu ser um capitão experimentado, responsável, dinamizador. 

Nakata

Vestiu-se de Totti e assegurou a ligação entre os médios e os avançados, assumindo-se como referência de uns e outros. Aos oito minutos correu com a bola, desconfiando que teria de apostar no drible instantes adiante, quando alguém lhe surgisse no caminho, mas sorriu com o esquecimento boavisteiro e rematou sem hipótese para Ricardo. Capello podia mandar encolher o jogo da Roma, para filtrar ainda melhor todas as tentativas do Boavista. A contenção, contudo, impedia-o de continuar a brilhar. 

Sanchez

Cada passe confirma uma classe que o próprio Capello elogia, esquecendo por momentos o discurso insatisfeito que o caracteriza. Deixa que a bola pule de pé para pé, antes de a teleguiar ao companheiro solto que descobre do lado oposto àquele que apontara a visão, e trava abruptamente a correria desenfreada para estudar o espaço à sua volta, no momento que precede o perigo e deixa os adversários encolhidos e de olhos cerrados à espera que o estouro lhes esbarre no corpo. 

Litos

Tratou Batistuta com indiferença e não se intimidou com a distância de estatuto e ordenados. O argentino tentava, Litos nem pestanejava. Previa o movimento, colocava o corpo na frente e saía a jogar, altivo e elegante. A Roma, irritada com a sobriedade do defesa, trocava de método. Capello recuperava o rascunho e apontava para o céu, ordenando que Cafu e Candela procurassem a linha final para cruzarem na direcção das cabeças de Montella e Batistuta. Litos encolhia os ombros, quase esboçando um sorriso matreiro de desdém. Nada o faria tremer. A mácula, porém, na colaboração fatal no remate de Nakata. Litos recuou e os companheiros acompanharam-no, facilitando a festa do japonês. Foi o suficiente para o afastar de um final de tarde perfeito. 

Duda

Entrou confundido, trocando os pés, comprometendo o arranque, esquecendo a bola para lá dos calcanhares. Apanhou a equipa no desnorte, na queda interminável que o golo da Roma provocou. Mostrou-se pela primeira vez aos 39 minutos, depois de procurar Silva na área e rematar, de surpresa, após constatar que estava só nas proximidades do perigo. Antonioli ficou de olho no brasileiro, mas não evitou que Duda, numa soberba que seria reprovável, falhasse o remate, consentido que Silva recuperasse a fé.