O Boavista reagiu esta quinta-feira em comunicado às recentes declarações de Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do F.C. Porto, que solicitava a Rui Rio, presidente da Câmara Municipal, que apresentasse os documentos relativos às acessibilidades do Estádio do Bessa. Os «axadrezados» mostram-se disponíveis a apresentar os documentos se os «dragões» também o fizerem e garantem que as «declarações de terceiros, em estado de desespero, visam tão-só esconder falhas próprias».

O documento foi lido por Sampaio Cerveira, membro da direcção, esta manhã, na sala de imprensa do Estádio do Bessa.

Comunicado:

«Tendo em conta a polémica sobre a construção dos vários estádios para o Euro 2004 e declarações recentes de dirigentes de outros clubes, vem a direcção do Boavista, para os devidos efeitos, comunicar o seguinte:

  1. O Projecto do Estádio do Bessa Séc. XXI, já construído na sua maior parte, não está assente em qualquer processo relativo a acessibilidades;
  2. Como tal, realizar-se-á segura e tranquilamente, independentemente do grau de intervenção que venha a ocorrer nas acessibilidades previstas, sendo a realização das mesmas importante sobretudo para a própria cidade e para os portuenses em geral;
  3. Aliás, no Boavista F.C. existe o bom hábito, que gostariamos de partilhar com todas as demais instituições, de não depender de influências ou favores de terceiros para realizar equilibradamente os nossos projectos;
  4. Quanto às declarações que terceiros, em estado de desespero, possam fazer a nosso respeito e que visam tão-só esconder falhas próprias, temos que afirmar peremptoriamente o seguinte:
    1. No ponto 25 do Comunicado que emitimos a 14 de Fevereiro último, afirmamos que, e não obstante toda a desigualdade de tratamento, «somos favoráveis, sem qualquer tipo de reserva, a todos os apoios necessários à viabilização completa dos novos Estádios das Antas e do S.C. Salgueiros, clubes da cidade que, como tal, terão sempre a nossa solidariedade»;
    2. Compreenderão, como tal, todos os observadores isentos a diferença de postura da direcção do Boavista F.C. relativamente a outros;
    3. No referente aos contratos, protocolos ou outros documentos que transparentemente viabilizam o nosso projecto, com certeza que teremos todo o gosto em dá-los para análise da opinião pública, com uma condição: que quem o desafia o faça também relativamente aos seus;
    4. É que há quem continue a pensar que manda na sua casa e na casa dos outros, não se apercebendo que isso já há muito tempo que não é verdade;
  1. Quanto a aspectos de ordem burocrática aflorados publicamente, sem qualquer tipo de fundamento que não a tentativa de nos envolver em questões que não nos dizem respeito, teremos que, sem quaisquer dúvidas, afirmar o seguinte:
    1. O Alvará de Loteamento que, exclusivamente em terrenos do Boavista F.C., permitiu a construção de todos os edifícios já construídos, sob a designação de Villa Bessa, foi apovado e emitido em 27/04/1998, tendo todas as respectivas licenças, entre as quais a de habitabilidade, sido emitidas;
    2. Foi-nos solicitado, pela C.M. Porto, a alteração a tal Projecto de Loteamento, para a construção de uma avenida paralela à Avenida da Boavista, isto é, para benefício da cidade;
    3. Tal alteração ao Alvará inicial foi aprovada em 04/01/2002, e o seu licenciamento previsto em Contrato assinado entre a C.M. Porto e o Boavista F.C. de 14/12/2001;
    4. A execução de tal Contrato, que se encontra em fase final, está dependente exclusivamente da C.M. Porto;
    5. De qualquer forma, os edifícios em construção estão devidamente aprovados, o último dos quais desde 05/01/2001;
    6. Todos os terrenos estão registados a favor do Boavista F.C., seu único e legítimo proprietário.

6. Reafirmamos, contudo, que o Boavista F.C., quer em termos da sua relação com o Estado, quer com a C.M. Porto, é o clube mais prejudicado de todos os quantos irão ter estádios no Euro 2004, e que, como tal, irá oportunamente exigir compensações, pois acreditamos que todos quantos pagam impostos (e nós pagamos sobremaneira) têm que ser tratados em igualdade de circunstâncias pelas Entidades Públicas.»