André André André. Três pontos para o FC Porto no Clássico de domingo, obra e graça do médio. Golo aos 86 minutos, melhor jogador em campo, Benfica caído por terra.

É o tema do momento. Em casa, no trabalho, nos cafés e táxis. O que joga este menino filho de António (!), o outro André, o André dos anos 80. O pai era um seis demolidor, o herdeiro pode ser mais do que isso, um médio completo, seis, oito ou dez.

Consequência objetiva do jogo: o Benfica passa a estar quatro pontos atrás do FC Porto e do Sporting, que deixou para o fim mas assegurou os três pontos frente ao Nacional a fechar a jornada. O Benfica acaba a ronda de braço dado com o surpreendente Estoril-Praia e com o Sp. Braga, responsável pela goleada da jornada, 5-1 ao Marítimo. Duas derrotas em cinco jornadas para as águias de Rui Vitória, em busca ainda do voo certo.

André André é o nome grande do Clássico, sim, mas outros merecem estar aqui: Rúben Neves, Casillas, Maxi Pereira, Marcano, Jardel, Nélson Semedo e Mitroglou receberam palavras elogiosas do Maisfutebol.

O FC Porto-Benfica domina o campo mediático, justificadamente, mas a jornada 5 dá-nos mais eventos dignos de atento registo.

O Sporting demorou a marcar, mesmo com o Nacional a jogar com menos um desde os 32 minutos (expulsão de Sequeira por acumulação de amarelos), mas Montero fez o 1-0 aos 86, a passe de Mané.

José Viterbo (Académica) e Armando Evangelista (V. Guimarães), treinadores-adeptos, homens apaixonados pelos clubes treinados, não resistiram aos maus resultados. O chicote estalou e os clubes vão avançar para os sucessores no comando técnico.

Viterbo esteve sete meses na Briosa, com um trabalho exemplar na época passada. Evitou a descida, preparou o novo e sai agora em lágrimas. Um cavalheiro abatido pelos zero pontos na classificação.

Evangelista transitou da equipa B para o posto de Rui Vitória. Uma vitória em sete jogos oficiais, exibições pobres para a riqueza do plantel. Separação oficial.

Tudo isto na ressaca do Académica-Boavista ( 0-2) e do V. Setúbal-V. Guimarães ( 2-2). Os axadrezados já têm sete pontos e saltaram para o oitavo posto.

Mais impressões:
. aplausos para o extraordinário Rio Ave, capaz de marcar três golos na Mata Real e provocar a primeira derrota de um Paços Ferreira que respirava saúde;   
. aplausos para o Estoril, a triunfar no campo do Tondela e a acotovelar-se com o Benfica na luta pelos lugares do pódio;
. nulo no União Madeira-Arouca, a confirmar a solidez defensiva dos madeirenses (bem como a pobreza do ataque) e a consistência dos homens de Lito Vidigal;
. primeira vitória do Belenenses no campeonato, a dar ainda mais sentido à bela campanha europeia do histórico clube lisboeta.