As internacionais portuguesas Carla Couto e Edite Fernandes chegaram a estar com um pé na liga chinesa de futebol, mas acabaram por recusar o convite devido ao surto de pneumonia atípica que já contaminou mais de 2.300 pessoas e matou 106 na China.

Edite Fernandes, jogadora da Sociedade União do 1º de Dezembro, tinha sido convidada pelo Beijing Chengjian. «Era uma boa oportunidade, mas não dá para ir porque é um bocado arriscado», referiu a futebolista à Agência Lusa. Carla Couto, que também joga no 1º Dezembro, ficou «triste por não poder ir», mas a preocupação dos pais, a par com uma proposta do Arsenal, levaram-na a recusar a proposta do Guangdong Haiyin.

As duas futebolistas já tiveram uma experiência na China, há um ano, quando representaram as mesmas equipas que agora as voltaram a convidar para uma nova temporada de três meses. A decisão das jogadoras foi bem aceite pelos chineses. «Compreendemos que não queira vir porque esta é uma situação delicada», referiu Wang Haiming, treinador do Beijing Chengjian.

A Federação da China decidiu, entretanto, adiar para o final de Junho o início da segunda edição da liga de futebol feminino, que estava prevista para o início de Maio, devido ao surto de pneumonia atípica, também conhecido por Sindroma Respiratória Aguda (SRAS). «Se a liga for para a frente nessa altura, vamos voltar a contactar a Edite para ver se ela está interessada», acrescentou Wang.

Pequim e Guandong, as cidades dos clubes que convidaram as internacionais portuguesas, integram a zona mais afectada pelo vírus, registando 693 casos de contágio e 35 mortes, na capital chinesa, e 49 vítimas e 1.344 pessoas infectadas, na província do Sul.