A população de Barcelona vive a tremer, como uma criança ao frio. Mas a tremedeira nada tem a ver com as baixas temperaturas, até pelo contrário. Na Catalunha, os termómetros batem recordes para esta altura do ano e não se embaraçam em subir até aos 18 graus. Os motivos são outros e prendem-se com guerras políticas e atentados de morte. Ontem, a ETA voltou a fazer estragos e assassinou Ernest Lluch, apoiante de Lluis Bassat, candidato derrotado nas últimas eleições do poderoso Barcelona. 

O corpo do antigo ministro da saúde foi encontrado completamente retalhado por mais uma bomba assassina. Os cidadãos sentem-se enfurecidos e não disfarçam o medo nas ruas por que não há uma explicação racional para tamanho crime. Não se fala de outra coisa. Sabe-se que Lluis Bassat nasceu na Catalunha, amava o País Basco de uma forma exacerbada e as suas teorias assentavam nos pressupostos do diálogo para o entendimento ser mais fácil. Só isto e nada mais. 

«É lamentável. Infelizmente é mais uma vítima do terrorismo. Era uma pessoa muito querida por todos e bastante culta. É lamentável», repetiu Paco Flores, treinador do Espanhol, quando confrontado com a notícia sobre o assassinato de Ernest Lluch, professor catedrático de 63 anos. Perante tal atentado, o Governo Regional da Catalunha decretou três dias de luto.