Depois do jogo deste sábado em Alvalade, em que F.C.Porto e Sporting empataram a um golo, José Mourinho diz-se pronto a abandonar o futebol português. Tudo devido ao golo do empate do Sporting que, segundo o técnico dos dragões, foi obtido de modo «inqualificável», tal como algumas «fitas» de Liedson ainda durante a primeira parte. Por isso, o técnico está farto e disse não gostar do futebol português, tal como este não gosta dele.

«Em termos de campeonato e esquecendo o jogo, empatar no campo do segundo e avançar uma jornada mantendo a distância pontual, é positivo. Numa perspectiva do que foi o jogo e da forma como foi conseguido o empate, obviamente que não me agrada e aquilo que se passou em campo, para mim, é inqualificável», começou por dizer o técnico na sala de imprensa.

E exemplificou: «Estou a falar de muita coisa. Após o nosso golo e durante a primeira parte houve dez ou quinze minutos em que não houve futebol, houve uma grande palhaçada dado por um grande jogador, o Liedson, e disse-lhe no final. Com simulações de faltas, de agressões, o desrespeito por um colega, mandando-se para o chão, tudo isto com uma complacência total do árbitro. Depois a primeira grande penalidade, talvez em fora de jogo e na segunda parte vi das coisas mais sérias no futebol português nos últimos tempos. Um jogador lesionado de uma gravidade que ninguém sabe, se o João se lesionou na omoplata, no joelho, na cabeça, e no relvado todos ficam na dúvida. A bola está fora, os jogadores chama a equipa médica, os do F.C.Porto são os primeiros a chegar e, num acto inqualificável - não quero dizer o nome do jogador que lança a bola - a bola é lançada, o Liedson participa da festa e depois é penalty. Em Inglaterra até se repetem jogos por causa destas coisas... »

Depois desta análise contundente sobre o lance da lesão de João Pinto, Mourinho disse então estar farto: «Sinceramente, depois do que vi neste jogo, muita gente vai ficar contente, sei que muita gente não gosta de mim, por favor presidente Pinto da Costa, no final da época deixe-me ir embora, rapidamente e para longe disto.» Perante a estupefacção na sala, Mourinho reforçou a ideia: «Peço, peço para sair. Vamos ver se o presidente deixa, se deixar estou fora no final da época. Se deixar agradeço, se não vou ficar. Não gosto disto, gosto de ganhar e se tiver que perder, perco. Sonhava poder cumprimentar o adversário no dia em que perdesse e hoje, porque isto para mim é uma derrota, não o posso fazer. O futebol português também não gosta de mim, por isso quanto mais depressa sair, melhor para todos.

Quanto ao jogo, uma análise rápida: «As equipas equivaleram-se, não foi um jogo bem jogado, mas foi competitivo. Não houve grandes oportunidades, mas assistimos a um jogo tenso, com duas equipas muito moralizadas. Não houve domínio de ninguém no final da partida.»

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