Miguel Sá Pereira, correspondente do jornal «Record» em Barcelos, acusa o presidente do Gil Vicente, João Magalhães, de o ter agredido com um «soco na cabeça e um pontapé nas costas» e de o ter ameaçado com uma arma de fogo. 

O insólito episódio terá acontecido nesta manhã de quinta-feira, no escritório de uma empresa de que João Magalhães é proprietário. «O presidente pediu que fosse lá ao escritório, para falar comigo. Tudo de forma amigável e educada. Quando entrei no gabinete dele, o senhor João Magalhães transformou-se por completo. Começou a insultar-me, disse que não tinha nada que ter escrito a notícia que escrevi». 

De acordo com a versão do jornalista, João Magalhães perdeu a cabeça, à medida que ia aumentando o tom dos insultos: «Agrediu-me com um soco na cabeça. Fiquei estupefacto com essa atitude. Não contente, pegou numa pistola. Quando fez isso, tentei chamá-lo à razão. Disse-lhe para se acalmar, não acreditei no que estava a ver, até porque sempre tive uma boa relação com ele. Mas ele estava muito exaltado, não largou a pistola e com a força da arma deu-me um golpe profundo num dedo. Comecei a sangrar. E claro que estava assustado com tudo aquilo, porque ele não largava a arma e estava muito exaltado. Fique com medo e fui-me dirigindo para a porta, para fugir. Ao voltar-me de costas, o senhor João Magalhães deu-me um violento pontapé nas costas e dizia para eu fugir dali, se não ainda me matava». 

Miguel Sá Pereira insiste que toda esta cena que relata o apanhou desprevenido: «Até ir lá ao gabinete dele, João Magalhães tratou-me de forma amigável. Tenho uma boa impressão dele, tínhamos até uma relação amigável». Após este episódio, Miguel Sá Pereira foi ao hospital, onde recebeu assistência médica e, posteriormente, apresentou queixa na Polícia de Segurança Pública. 

João Magalhães dá duas versões diferentes 

Dada a gravidade destas acusações, impunha-se ouvir o presidente do Gil Vicente. O Maisfutebol contactou telefonicamente João Magalhães, mas este manteve-se com o telemóvel desligado. Em declarações que prestou ao «Jornal de Notícias», o presidente do Gil Vicente afirmou que não esteve, esta quinta-feira, com Miguel Sá Pereira. Mas pouco depois, à Rádio Cávado, de Barcelos, já contou outra versão dos factos: «Estivemos no meu gabinete. Discutimos e disse-lhe para ter mais cuidado da próxima vez, porque tinha posto na minha boca coisas que eu não disse. Mas desminto que o tenha agredido, isso não é verdade».