O Ministério Público pediu condenação para aos 27 arguidos do processo "Jogo Duplo", sendo que para seis deles pede prisão efetiva.

Nas alegações finais do julgamento, que começou em 22 de fevereiro, a procuradora do MP defendeu penas efetivas de prisão para Carlos Silva, conhecido como 'Aranha' e elemento da claque Super Dragões, para Gustavo Oliveira, empresário, para Rui Dolores e para três ex-jogadores do Oriental: Hugo Guedes, João Tiago Rodrigues e Diego Tavares.

Para o Ministério Público ficou provado que o 'Aranha', Gustavo Oliveira e Rui Dolores formaram “a cúpula da organização criminosa” em Portugal, e eram estes três arguidos que mantinham os “contactos com os investidores malaios, que traziam o dinheiro para Portugal”, com vista à obtenção de lucros com “apostas fraudulentas e manipulação de resultados".

A atividade criminosa dura desde agosto de 2015 e contou com a intervenção dos três jogadores do ex-Oriental.

A procuradora defendeu que estes seis arguidos sejam condenados por corrupção e por associação criminosa.

A todos os outros, o MP pede prisão suspensa incluindo Abel Silva, campeão mundial de sub-20 em 1989, em Riade, na Arábia Saudita, mas na condição de pagarem as indemnizações que o tribunal vier a estipular.

A procuradora defendeu também que se apliquem as penas acessórias pedidas na acusação.

A acusação requer aplicação aos arguidos jogadores de futebol as penas acessórias de suspensão de participação nas I e II ligas, Campeonato de Portugal, Taças da Liga e Taça de Portugal, por períodos de seis meses a cinco anos.

Para os treinadores é pedida uma pena acessória de proibição do exercício do cargo «por período não inferior a cinco anos e dois anos», pena semelhante à proposta para os dirigentes desportivos indiciados (proibição por período não inferior a três anos).

Para a SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do Leixões, a única indiciada no processo, é proposta a «proibição de participação nas I e II ligas e de privação do direito a subsídios, subvenções ou incentivos outorgados pelo Estado, autarquias locais e demais pessoas coletivas públicas por um período não inferior a três anos».

Entre os arguidos no processo estão jogadores de Oriental, Oliveirense, Penafiel e Académico de Viseu, assim como dirigentes desportivos, empresários, um elemento de uma claque, bem como outras pessoas com ligações ao negócio das apostas desportivas.