Esta é uma daquelas informações que pode interessar a quem vive o futebol nos estádios: o Tribunal da Relação de Lisboa considerou que um insulto com palavrões num jogo de futebol não são propriamente uma ofensa.

Já é a segunda instância que o reitera, aliás, depois de um tribunal inferior também o ter feito.

O caso em análise diz respeito a um jogo em Loures, em que um delegado ao jogo insultou o treinador adversário com um monte de palavrões. «Vá lá p’ra barraca, vai mas é pró caralho seu filho da puta», disse o homem em causa.

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Ora o tribunal argumentou que o desporto, e o futebol em particular, são um mundo à parte, no qual «estão instituídas determinadas práticas que a generalidade das pessoas valora de uma forma mais permissiva».

Nesse sentido, as palavras «vá lá p'ra barraca, vai mas é pró caralho seu filho da puta» deve ser lida «no seio do mundo do futebol», no qual «não se podem considerar que tenham atingido um patamar de obscenidade e grosseria de linguagem».

«Traduzem sim um comportamento revelador de falta de educação e de baixeza moral. Contudo, esse tipo de comportamento, socialmente desconsiderado, é também ele de alguma forma tolerado nos bastidores da cena futebolística», pode ler-se no acórdão.