Drulovic não comenta. Invulgarmente acessível, extraordinariamente simpático, o jugoslavo, agora apreensivo e cuidado, evita o contacto com os jornalistas, refugiando-se no interior do automóvel no final de um percurso sem interrupções e quase sem se lhe ouvir palavra. Abrindo, quando muito, uma pequena excepção para dizer que ainda não se deu ao trabalho de folhear «O Jogo», em cujas páginas Pinto da Costa parece condenar ao fracasso as negociações tendentes à renovação, na recusa do jogador em assinar um contrato com vencimento melhorado para além do dobro e num encontro recente com o empresário José Veiga, de que Peixe é testemunha. 

Inflexível, fazendo ouvir-se com extrema dificuldade, Drulovic nada diria à saída do estádio e muito menos revelaria ao Maisfutebol, cerca de 40 minutos mais tarde, quando deixava a Torre das Antas. Num monossílabo quase imperceptível, já ao volante, negaria, simplesmente, que tivesse estado na SAD, renovando a negação ao diálogo, enquanto colocava o automóvel em marcha lenta. 

A entrevista de Pinto da Costa serviu, justamente, para lançar os sinais de saída de Drulovic, com quem disputa o lugar. Não queria comentar, defendendo-se, argumentando que o tema o ultrapassava, mas acabaria por negar a perspectiva de dias mais felizes, caso o concorrente jugoslavo deixe mesmo as Antas. «Não fico com trabalho facilitado, de maneira nenhuma». Para o provar, recordaria situações em que nem ele nem Drulovic foram utilizados: «Já houve jogos em que o titular foi o Clayton».