O Vasco da Gama requereu aos tribunais brasileiros a suspensão do processo de transferência de Hélton para o União de Leiria. O guarda-redes brasileiro veio para o União (a custo zero) após ter terminado contrato com o clube carioca, mas o Vasco garante ter direito a uma indemnização e bloqueou (através dos tribunais) na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o envio para a Federação Portuguesa de Futebol do certificado internacional do jogador.

«O Vasco já comunicou à CBF que entregou na Justiça Civil, no dia 16, uma liminar que impede a transferência do Hélton», revelou ao Maisfutebol Roberto Garófalo, assessor de imprensa do Vasco da Gama. Essa liminar traduz-se num pedido feito pelo clube carioca aos tribunais que, apoiado nas provas reunidas pelo Vasco, impede que a transferência prossiga. E só poderá ser levantada quando outra liminar invalidar as razões apresentadas pela primeira.

Os argumentos apresentados pelo Vasco da Gama assentam na quebra por parte do guarda-redes de um compromisso estabelecido com o clube para renovar contrato. «O Hélton acertou as bases da renovação. Ele inclusivamente queria comprar um apartamento e fez um acordo com o Vasco para que fosse o clube a comprar a casa, que não seria paga a pronto. Ele concordou que o apartamento seria pago através de prestações mensais, na sexta-feira [dia 27 de Dezembro], e disse para se preparar o contrato para segunda-feira [dia 30 de Dezembro]», contou Roberto Garófalo. «Entretanto», prosseguiu o responsável do Vasco, «recebemos um contacto do seu representante, o sr. Baidek, a dizer que o Hélton não concordava e ele foi para Portugal».

União não paga

As provas que consubstanciam a liminar entregue pelo clube do Rio de Janeiro aos tribunais civis assentam assim na «apresentação do contrato, da proposta de renovação, da concordância do Hélton» que, apesar de não terem a assinatura do jogador, segundo a posição do Vasco «legitimam uma indemnização ao clube». O presidente do clube brasileiro, Eurico Miranda, no entanto, «não está ainda a equacionar valores», mas apenas «a garantir que tem razão» neste assunto, admitiu o assessor do Vasco. «E depois vamos esperar pelo que o jogador e o União de Leiria têm para dizer», afirmou Garófalo.

Confrontado pelo Maisfutebol com este cenário da entrega da liminar nos tribunais brasileiros, Vasco Pinto Leite, administrador da SAD leiriense reservou conclusões para depois de «ver os termos em que isso foi feito e quais foram as medidas tomadas pelo Vasco da Gama». Sobre a eventualidade de o União ter de indemnizar o clube brasileiro para poder utilizar Hélton, Vasco Pinto Leite declarou que, «se o União tiver de pagar, de certeza que não paga», pois, «o jogador veio com o pressuposto de que estava livre», assumindo entretanto, pela surpresa da situação, não estar «em condições de fazer muitos comentários».

O Maisfutebol tentou entretanto contactar Hélton e o seu representante, Baidek, mas ambos têm estado incontactáveis.