Mais uma oportunidade perdida. O Gil Vicente não conseguiu melhor do que um empate em casa com o Estrela da Amadora e continua na penúltima posição do campeonato, agora em igualdade pontual, mas em desvantagem no confronto directo, com o V. Guimarães. Perante um Estádio Cidade de Barcelos quase cheio, os galos entusiasmaram-se com o incansável apoio dos seus adeptos, mas não tiveram aquela pontinha de sorte que, às vezes, tão importante é no futebol.
Faltou sorte e talvez tenha faltado algo mais. O lance do golo do E. Amadora é, no mínimo, polémico. Remate de Santamaria, bola no poste, ressalto em Jorge Baptista e João Pedro a cortar em cima da linha fatal. A jogada seguiu, mas o auxiliar de João Ferreira já tinha a bandeirola levantada, indicando o golo ao seu chefe de equipa e motivando fortes protestos por parte dos gilistas. A decisão estava tomada e a formação de Barcelos via-se, mais uma vez, em maus lençóis.
Mas, tal como aconteceu há duas semanas com o Guimarães, o Gil Vicente transformou as contrariedades em determinação e vontade de vencer, regressando dos balneários disposto a deixar tudo em campo. E foi isso que fez, sujeitando o Estrela a uma enorme pressão e limitando a formação da Amadora a dois escassos contra-ataques nos segundos 45 minutos.
Foi, portanto, uma etapa complementar de sentido único, sempre com os olhos postos na baliza de Bruno Vale. Gouveia lançou o primeiro aviso com um remate espectacular, que falhou por pouco o alvo, e com uma assistência perfeita que Carlos Carneiro desperdiçou com um cabeceamento para fora.
Foi então a vez de Carlitos surgir no encontro. Encostado ao flanco direito, o extremo protagonizou os seus habituais raides e semeou o pânico no último reduto amadorense, cada vez mais recuado no terreno. Cheirava a golo e Nandinho fez questão de tornar esse aroma mais forte aos 57 minutos. Após uma série de cruzamentos, foi o capitão a acertar no destino, assistindo para Gregory marcar, de cabeça, o seu quinto golo no campeonato. O central francês é, a par de Carlitos, o melhor marcador dos galos.
Tudo por tudo e para nada
Empolgaram-se os mais de 8500 adeptos e a equipa de Paulo Alves tudo fez para lhes dar mais uma alegria. Houve atitude, houve entrega e não faltaram oportunidades de golo. Uma das melhores surgiu aos 74 minutos, quando João Pedro cruzou para João Vilela, mas o avançado, em posição privilegiada, atirou ao lado da baliza.
Pouco depois foi a vez de Manú dar uma ajuda à equipa da casa. O extremo do Estrela protestou com o árbitro e recebeu ordem de expulsão, acabando com todas e quaisquer possibilidades da sua equipa explorar o contra-ataque. Aproveitou o Gil, mas sem os frutos desejados. Perto do minuto 90, mais um lance de grande perigo após nova assistência de Carlitos. João Vilela cabeceou para golo, mas a bola ressaltou entre Carlos Carneiro e Bruno Vale, com a defesa do Estrela a aliviar quando já se festejava nas bancadas.
Mas a festa foi em vão e as quatro últimas jornadas vão ser de sofrimento para os galos. Naval, Rio Ave, Sp. Braga e Belenenses são os adversários que se seguem, numa luta à qual o Estrela também ainda não pode fugir, apesar de se encontrar numa posição mais tranquila. A equipa da Amadora está a dois pontos do objectivo traçado pelo seu técnico (39), tendo em Sporting, União de Leiria, Penafiel e Guimarães os adversários para os conseguir.